União Européia acentua cooperação com América Latina 23/04/08
Problemas sociais, proteção ao meio ambiente e questões energéticas são alguns dos assuntos a serem abordados entre os chefes de governo e Estado presentes na capital peruana, nos dias 15 e 16 de maio. Jacques Barrot, comissário da UE, salienta a importância do enorme potencial do continente latino-americano, tão rico em matéria-prima."Pela primeira vez, a economia da região apresenta, há cinco anos, um crescimento em torno de 5%. Os orçamentos públicos conseguem, desta forma, se recuperar. As reservas se consolidam e os problemas sociais da região, já conhecidos, começam a ser solucionados. Não esqueçamos, porém, que mesmo assim ainda vivem no continente 200 milhões de pessoas abaixo do limite da pobreza", diz Barrot.A União Européia é o maior financiador de ajuda ao desenvolvimento a países latino-americanos, e as empresas européias têm no continente o principal destino de seus investimentos em todo o mundo. O parlamentar espanhol José Ignacio Salafranca lembra que 40% de todos os cereais cultivados no mundo vêm da América Latina. Embora nem apenas os fatores econômicos sejam relevantes, diz o deputado, uma vez que a Europa está, politicamente, mais próxima do continente latino-americano do que de qualquer outra região do planeta. "Para a UE, a América Latina não é apenas um mercado, mas também um continente ao qual estamos ligados pela história e com o qual dividimos valores que deveriam ser implementados em todo o mundo, tais como liberdade, democracia, respeito pelos direitos humanos e pelo estado de direito", afirma o conservador Salafranca.Para reafirmar tais valores, o parlamentar acredita que o próximo encontro de cúpula em Lima deverá debater seriamente sobre uma solução para a crise dos reféns de guerrilheiros na Colômbia, entre outros o caso da ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt. "Nós nos solidarizamos com todos os prisioneiros na Colômbia. Com todos os reféns, inclusive, obviamente, com Ingrid Betancourt. Eles precisam ser libertados com urgência", acentua o deputado espanhol. Já Martin Schulz, parlamentar alemão social-democrata, defende uma aproximação imediata dos governos europeus com Cuba. "Vamos acabar com isso e nos reconciliar, pois uma mudança através da aproximação é uma política melhor do que a isolação no estilo Bush". A opinião de Schulz, no entanto, não é compartilhada pelos parlamentares de partidos conservadores em Estrasburgo.Para vários deputados do Parlamento Europeu, o bloco de 27 países deveria aproveitar os esforços dos vários governos latino-americanos de esquerda em prol de uma certa independência dos EUA, para ocupar espaço na região. Segundo os parlamentares, os europeus não devem deixar o lugar ser ocupado pelos chineses, que investem em massa na região, compram matérias-primas e adentram os mercados lociais com produtos de baixo custo.


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