anarquistas entram em confrontro com as forças de ordem em madri.
2007/01/21/madrid/1169403888.html
cortei o link no meio pra caber aqui,copia e cola na barra de endereço.
...não deixa de ser uma mentira. Os acontecimentos dos últimos dois fins-de-semana no bairro suburbano de Madrid "Alcorcón", entre supostos bandos de "jovens Espanhóis" e "bandos Latino-americanos" fez notícia a nível intercontinental. A história era quase consensual: os jovens do bairro, numa atitude xenófoba, saíram em massa a perseguir imigrantes sul-americanos, na sequência de uma espiral de violência iniciada por uma luta no bairro. Portugal não foi uma excepção, e meios como a TVI, o Correio da Manhã, falavam em "Confrontos Racistas", gritos contra a "invasão", mensagens de SMS que apelavam ao ódio racial, e a polícia que chegou para salvar o bairro. Uma amálgama de desinformação. Directamente do bairro, dos colectivos e dos protagonistas a estória é outra: Grupos de "Latin Kings" (um gang racista com origem nas prisões americanas e que ficou famoso em Espanha aquando do homicidio em Barcelona de um colombiano em 2003) que entre outras coisas tentava controlar os campos de basquetebol do bairro, foram confrontados por um grupo de jovens do bairro (não exclusivamente "espanhol") e originou-se uma luta. O resultado foi uma jovem esfaqueada, ligada ao movimento de Okupação local. Numa resposta rápida, centenas de jovens começaram a percorrer as ruas em busca de membros dos "Latin". A polícia chega ao bairro e rapidamente a noite se transforma em distúrbios, e em batalha contra os agentes. Com o amanhecer do dia 21 surgem as notícias que relatam "confrontos racistas", e "caça ao imigrante em Alcorcón". Os grupos de extrema-direita, numa clássica manobra de aproveitamento, fizeram circular e-mails e mensagens convocando uma "batalha racial", que rápidamente fizeram manchete nos media oficiais. Até as mensagens convocando á concentração anti-racista, eram, segundo alguns jornais, mensagens xenófobas. Os jovens da noite anterior emitiram comunicados, difundiram-nos por canais alternativos da zona de Madrid, e media oficiais; explicando os motivos que os levaram a agir contra "qualquer tipo de autoridade, venha ela com que cor vier" e finalmente convocaram uma concentração para três dias depois, em frente ao "Centro Jovem" do bairro com o lema: "Nem Nazis, nem Bandos Mafiosos: Alcórcon contra o Racismo e pela convivência". A Delegação do Governo em Madrid (Governo Civil), para dar uma ajudinha na tensão, decide ilegalizar qualquer ajuntamento e mobilizar centenas de agentes anti-motim para o bairro. Chegada a quarta feira, os grupos Nacionalistas, nem vê-los, e na praça onde se havia convocado a concentração anti-racista reinava um recolher obrigatório não oficial: todos os agrupamentos de jovens eram rapidamente forçados a dispersar, gerando-se assim inúmeros confrontos pela noite dentro. De nada adiantaram as faixas anti-racistas, cartazes e comunicados distribuidos aquando da tentativa de concentração: as centenas de pessoas que tentaram acudir ao apelo foram dispersadas, revistadas, algumas detidas; e ainda tiveram direito a serem descritas pelos meios de comunicação, uma vez mais, como Grupos de Espanhois Racistas, que corriam, não da polícia, mas atrás de imigrantes. Dessas "milícias xenófobas" faziam parte entre outros os grupos de vizinhos e jovens locais, a Associação de Trabalhadores Imigrantes de Espanha, e a Coordenadora Anti-Fascista. Este Sábado, dia 27 repetiu-se a convocatória, relatada em directo pelo canal contra-informativo "La Haine" , e apesar de nova proibição governamental, reuniram-se mais de 300 pessoas, “contra o racismo (600 segundo o sensacionalismo dos media oficiais). Terminou com a detenção de várias pessoas. Em Alcorcón, bairro de forta tradição Operária, multicultural e anti-fascista, grita-se bem alto que não se toleram atitudes autoritárias e racistas, venham de onde vierem, seja de que cor seja; assim o exigem os vizinhos jovens e velhos, espanhóis e imigrantes, que querem conviver em paz. Mas há quem insista em não ouvi-los, e queira puxar a brasa à sardinha nacionalista, criando sentimentos xenófobos onde estes não existem. Onde é que já vimos isto antes?
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