entrevista Rafael Correa 07/05/08
Em uma entrevista com Público http://www.publico.es/, o chefe de Estado equatoriano acusa o Governo da Colômbia de mentir, e seu presidente, Álvaro Uribe, de ter vínculos com paramilitares. O presidente do Equador não tem papas na língua. Durante uma hora analisa a situação da política latino-americana, e não esconde que a ferida aberta pela Colômbia tardará a ser curada.P – O escritor britânico Richard Gott considera que a Colômbia é o principal elemento de instabilidade na região. Você compartilha de sua opinião?R – Não é de agora, mas de muito antes. A Colômbia é o único país que tem paramilitares, tem guerrilha, tem narcotráfico, tem extensos cultivos de coca e tem amplas zonas do país que o Estado não controla. O paramilitarismo e a narcopolítica não existem no Equador. Tampouco cultivamos coca. Esses são termos exclusivamente colombianos. Falo com pesar porque é um povo irmão, mas a Colômbia é hoje o maior foco de instabilidade que existe na América Latina e prejudica a todos.P – Quer dizer que a imagem do governo colombiano na América Latina não é boa?R – O governo de Uribe está totalmente desprestigiado. Já demonstramos suas mentiras, já ninguém acredita nele.P – Na Europa não pensam assim.R – É certo que tanto na UE como nos EUA o respaldo de algumas forças midiáticas às suas falácias nos causaram prejuízos e, por esse motivo, proximamente farei um giro pela Europa para divulgar o Equador e demonstrar que somos um governo decente e um território de paz. Que o problema está no outro lado da fronteira. Que nós somos vítimas do conflito colombiano. Não somos nem autores, nem cúmplices.
P – Dá a sensação de que começou uma guerra de mídia.
R – Não é que dá a sensação, é, sim, um fato real. Sabemos quem enfrentamos. Com um país militarista, com um presidente com um passado com erros, com um enorme respaldo de agências de inteligência de fora da região e com uma maquinaria propagandística impressionante. Temos fé em que a verdade e a justiça triunfarão. Já as alcançamos na América Latina, onde a Colômbia foi contundentemente derrotada no político, no diplomático e no informativo.
P – O que a Colômbia procura ao acusar os países vizinhos de colaborar com as FARC?R – A política militarista de Uribe começou desde que chegou à presidência. Primeiro contradizendo a estratégia de seu antecessor, Andrés Pastrana, que chegou a abraçar Manuel Marulanda. Mas vem Uribe com a linha dura e quer que todos façamos o mesmo. É como um imperadorzinho que segue o ditado de seu patrão. É óbvio que seu poder político e econômico baseia-se nesta luta contra as FARC. Para Uribe, a paz não é conveniente porque, combatendo a guerrilha, transmite uma sensação de segurança ao eleitorado colombiano. O preocupante é que esse conflito está saindo dos limites.
P – Mas antes do bombardeio de 1° de março o respeito presidia as relações entre os dois países.
R – Uribe sempre mostrou falta de respeito pelo Equador. A tal ponto que segue pulverizando nosso território com glifosato, e seus aviões violam frequentemente nosso espaço aéreo. Mas, sobre o bombardeio de 1° de março, existe uma pergunta sem resposta.P – Qual?R – Mantinham sob controle o grupo de Raúl Reyes quando ele ainda se encontrava em solo colombiano. Por que esperaram que entrasse no Equador para massacrá-lo?P – Por quê?P – Por acaso não o fizeram para envolver o Equador em um conflito que não é seu? Por acaso não o fizeram para amedrontá-lo? Por acaso não o fizeram para forçar-nos a participar do Plano Colômbia? O que Uribe não contava era com nossa resposta, nem com a condenação que recebeu dos países da OEA. O plano falhou porque não caímos em sua armadilha.P – Durante a cúpula do grupo do Rio, em São Domingos, você mostra a Uribe suas mãos e lhe diz que olhe bem para elas porque estão limpas e sem sangue. Ao que se referia?
R – Uribe tentou nos envolver, não somente o meu governo, mas também as forças armadas, no apoio às FARC. Depois afirmou que minha campanha presidencial havia sido financiada pela guerrilha. O que é indigno. Que esse senhor venha, depois de haver violado todo o direito internacional, acusar-nos de apoiar os grupos guerrilheiros, cujas ações dissemos umas mil vezes que rechaçamos, é indigno. Por isso falei sobre as mãos. Para ressaltar precisamente a contradição com a posição de Uribe, que provocou tantos escândalos por sua relação com o narcotráfico. Existem muitos livros que explicam. Há vídeos nos quais ele aparece reunido com paramilitares. Sua política militarista não vai acabar com o conflito, mas, sim, exacerbá-lo, e vai deixar milhares de mortos como saldo. Minhas mãos estão limpas e sem sangue, algo que o presidente Uribe não pode dizer. P – Entretanto, seguem denunciando que você conhecia as atividades das FARC em seu território. Asseguram até que em 16 ocasiões advertiram-no da presença de bases guerrilheiras em seu território e que se omitiu. Está correto?R – É uma incrível infâmia. Todas as minhas ordens estão registradas. É tudo tão grosseiro e ridículo que decidimos não responder. É que não sabemos bem o porquê. Quando melhor estão as relações com ele, ocorre algo estranho, e ele ataca pelas costas. Alguma coisa não funciona bem na cabeça dele.P – Como é possível que, alcançado este nível de tensão, acabaram apertando as mãos no final da cúpula do Rio?R – Esse é Álvaro Uribe Vélez. Alguma coisa está errada. Tem um comportamento psicótico terrível.P – É correto que Reyes havia contatado com os franceses para negociar a libertação de Ingrid Betancourt quando foi bombardeado?R – Uribe não quer a paz e nem sequer a libertação de reféns porque Betancourt é uma potencial candidata à presidência. É correto que tínhamos conhecimento de que iria se produzir um contato em um terceiro país neutro para liberar os reféns depois, em solo equatoriano. O presidente Chávez também me perguntou se podíamos acolher reféns em nosso território porque a entrega na fronteira colombiana-venezuelana ficara muito perigosa. Estávamos nesse processo. Reyes encabeçava esses movimentos para liberar os reféns da guerrilha, e é precisamente Reyes que destroçaram.
P – O Equador acaba de denunciar a Colômbia no Tribunal de Haia por fumigações ilegais em seu território.R – A sentença ainda demorará muitos anos, mas esperamos por uma sentença cautelar que obrigue Bogotá a suspender as aspersões aéreas com glifosato que realizou até 2006. Essas fumigações provocam que camponeses equatorianos da fronteira abandonem suas casas, percam suas colheitas, o gado e ocasionam graves patologias, inclusive a morte. Entretanto, você sabe qual foi a reação da Colômbia até a data de hoje? Pois foi dizer que nossa exigência de que parem as fumigações coincide com a petição das FARC. É infame.
P – A crise revelou enormes lacunas no sistema de inteligência equatoriano, o que provocou a substituição da cúpula militar. Que reformas devem ocorrer?R – Algo grave acontece em nossos serviços de inteligência. Ainda não temos dados concretos, mas, sim, podemos afirmar que sofremos infiltrações da CIA, e esta agência trabalha para a Colômbia.P – Há quem lhe critique pela ingenuidade de haver esperado tanto tempo para mudar sua cúpula militar, fiel ao regime anterior.R – Provavelmente com razão. E também por haver confiado em Bogotá. Se você prefere, subestimamos a ameaça de um ataque externo, já que com o Peru as coisas se resolveram, e com a Colômbia tínhamos boas relações. Mas subestimamos que ali está Uribe.
P – É correto dizer que o Equador limita com o território das FARC e não com a Colômbia?
R – Temos uma fronteira selvática onde há 13 destacamentos. A Colômbia só tem dois, quando o conflito guerrilheiro é dela. Por quê? Porque espera que nós coloquemos os mortos. Em que pese tudo isso, mantemos mobilizados 11.000 homens, o que custa cerca de 100 milhões de dólares anuais ao tesouro do Estado. No ano passado morreram 13 soldados em uma guerra que não é nossa, e ainda por cima temos que tragar a insolência de Álvaro Uribe Vélez. Bogotá tem cerca de 170.000 Km² onde seu Exército não pode entrar. Diante dessa situação reitero que nós não limitamos com a Colômbia, limitamos com as FARC.P – Qual foi a resposta do Governo socialista diante da crise política?R – Um pouco ambígua. Eu aprecio muito o governo socialista e o presidente Zapatero, mas sua declaração foi tremendamente imprecisa, tentando contentar os dois lados, quando os agredidos éramos nós. A explicação que encontramos era de que estava na reta final da campanha eleitoral. Compreendemos mas esperamos algo mais do Governo da Espanha. Oxalá não estejam pressionando as cento e poucas empresas transnacionais que funcionam na Colômbia, porque nesse tipo de coisas são mais importantes os princípios e as convicções que compartilhamos com o presidente Zapatero. Estamos de acordo que sempre deve prevalecer o direito internacional.P – Está disposto a mediar junto às FARC para alcançar a troca humanitária?R - Disse uma e mil vezes para o presidente Álvaro Uribe: o povo colombiano pode contar com o Equador para resolver esta guerra civil que o sangra há tantas décadas. Isto é o que tentávamos fazer antes do ataque. No entanto, eles não querem solução. A campanha de Bogotá contra o Governo do Equador assim o indica. Não rechaçamos a hipótese de que queiram nos desestabilizar por não seguir a política de Washington. Tampouco descartamos que seja uma estratégia para colocar em Quito um governo títere que aceite o Plano Colômbia, e que permita que a base norte-americana de Manta continue operando além de 2009, que é quando vence seu contrato.P – Pensa em eliminar as concessões de exploração de recursos às grandes empresas?
R – A nova Constituição que agora está se debatendo na Assembléia Constituinte parte de um novo marco jurídico nessa questão. Mudaremos a lei feita pelos inefáveis burocratas do Banco Mundial, que foi um desastre. Ao ponto que chegaram a dar mais de 4.000 concessões, das quais 70% nem sequer chegaram a iniciar alguma exploração. Os contratos serão renegociados. Há pouco nos reunimos com a Repsol. O interesse é mútuo. Enquanto a ética do trabalhador for respeitada, o meio ambiente, e pagarem ao Estado os impostos que devem, não haverá problemas e será um projeto rentável. O petróleo é do Estado, e queremos que os contratos sejam assinados por prestação de serviço.P – Que mecanismos são manejados para que os imigrantes não sintam o desenraizamento?R - Nosso governo criou, assim que chegou à presidência, um ministério para a imigração. Estamos em um período de fortalecimento de nossas embaixadas e consulados, especialmente na Espanha, porque acreditamos que a imigração equatoriana já é a quinta região do país. Acabamos de aprovar uma dotação de nove milhões de dólares para o Plano Retorno (um programa de isenção de impostos para aqueles que regressem ao país com seus bens e subsídios para a casa própria). Também estamos criando o Banco do Imigrante. No plano político, direi que na Assembléia Constituinte há seis representantes da imigração pela primeira vez na história.
P – Dá a sensação de que começou uma guerra de mídia.
R – Não é que dá a sensação, é, sim, um fato real. Sabemos quem enfrentamos. Com um país militarista, com um presidente com um passado com erros, com um enorme respaldo de agências de inteligência de fora da região e com uma maquinaria propagandística impressionante. Temos fé em que a verdade e a justiça triunfarão. Já as alcançamos na América Latina, onde a Colômbia foi contundentemente derrotada no político, no diplomático e no informativo.
P – O que a Colômbia procura ao acusar os países vizinhos de colaborar com as FARC?R – A política militarista de Uribe começou desde que chegou à presidência. Primeiro contradizendo a estratégia de seu antecessor, Andrés Pastrana, que chegou a abraçar Manuel Marulanda. Mas vem Uribe com a linha dura e quer que todos façamos o mesmo. É como um imperadorzinho que segue o ditado de seu patrão. É óbvio que seu poder político e econômico baseia-se nesta luta contra as FARC. Para Uribe, a paz não é conveniente porque, combatendo a guerrilha, transmite uma sensação de segurança ao eleitorado colombiano. O preocupante é que esse conflito está saindo dos limites.
P – Mas antes do bombardeio de 1° de março o respeito presidia as relações entre os dois países.
R – Uribe sempre mostrou falta de respeito pelo Equador. A tal ponto que segue pulverizando nosso território com glifosato, e seus aviões violam frequentemente nosso espaço aéreo. Mas, sobre o bombardeio de 1° de março, existe uma pergunta sem resposta.P – Qual?R – Mantinham sob controle o grupo de Raúl Reyes quando ele ainda se encontrava em solo colombiano. Por que esperaram que entrasse no Equador para massacrá-lo?P – Por quê?P – Por acaso não o fizeram para envolver o Equador em um conflito que não é seu? Por acaso não o fizeram para amedrontá-lo? Por acaso não o fizeram para forçar-nos a participar do Plano Colômbia? O que Uribe não contava era com nossa resposta, nem com a condenação que recebeu dos países da OEA. O plano falhou porque não caímos em sua armadilha.P – Durante a cúpula do grupo do Rio, em São Domingos, você mostra a Uribe suas mãos e lhe diz que olhe bem para elas porque estão limpas e sem sangue. Ao que se referia?
R – Uribe tentou nos envolver, não somente o meu governo, mas também as forças armadas, no apoio às FARC. Depois afirmou que minha campanha presidencial havia sido financiada pela guerrilha. O que é indigno. Que esse senhor venha, depois de haver violado todo o direito internacional, acusar-nos de apoiar os grupos guerrilheiros, cujas ações dissemos umas mil vezes que rechaçamos, é indigno. Por isso falei sobre as mãos. Para ressaltar precisamente a contradição com a posição de Uribe, que provocou tantos escândalos por sua relação com o narcotráfico. Existem muitos livros que explicam. Há vídeos nos quais ele aparece reunido com paramilitares. Sua política militarista não vai acabar com o conflito, mas, sim, exacerbá-lo, e vai deixar milhares de mortos como saldo. Minhas mãos estão limpas e sem sangue, algo que o presidente Uribe não pode dizer. P – Entretanto, seguem denunciando que você conhecia as atividades das FARC em seu território. Asseguram até que em 16 ocasiões advertiram-no da presença de bases guerrilheiras em seu território e que se omitiu. Está correto?R – É uma incrível infâmia. Todas as minhas ordens estão registradas. É tudo tão grosseiro e ridículo que decidimos não responder. É que não sabemos bem o porquê. Quando melhor estão as relações com ele, ocorre algo estranho, e ele ataca pelas costas. Alguma coisa não funciona bem na cabeça dele.P – Como é possível que, alcançado este nível de tensão, acabaram apertando as mãos no final da cúpula do Rio?R – Esse é Álvaro Uribe Vélez. Alguma coisa está errada. Tem um comportamento psicótico terrível.P – É correto que Reyes havia contatado com os franceses para negociar a libertação de Ingrid Betancourt quando foi bombardeado?R – Uribe não quer a paz e nem sequer a libertação de reféns porque Betancourt é uma potencial candidata à presidência. É correto que tínhamos conhecimento de que iria se produzir um contato em um terceiro país neutro para liberar os reféns depois, em solo equatoriano. O presidente Chávez também me perguntou se podíamos acolher reféns em nosso território porque a entrega na fronteira colombiana-venezuelana ficara muito perigosa. Estávamos nesse processo. Reyes encabeçava esses movimentos para liberar os reféns da guerrilha, e é precisamente Reyes que destroçaram.
P – O Equador acaba de denunciar a Colômbia no Tribunal de Haia por fumigações ilegais em seu território.R – A sentença ainda demorará muitos anos, mas esperamos por uma sentença cautelar que obrigue Bogotá a suspender as aspersões aéreas com glifosato que realizou até 2006. Essas fumigações provocam que camponeses equatorianos da fronteira abandonem suas casas, percam suas colheitas, o gado e ocasionam graves patologias, inclusive a morte. Entretanto, você sabe qual foi a reação da Colômbia até a data de hoje? Pois foi dizer que nossa exigência de que parem as fumigações coincide com a petição das FARC. É infame.
P – A crise revelou enormes lacunas no sistema de inteligência equatoriano, o que provocou a substituição da cúpula militar. Que reformas devem ocorrer?R – Algo grave acontece em nossos serviços de inteligência. Ainda não temos dados concretos, mas, sim, podemos afirmar que sofremos infiltrações da CIA, e esta agência trabalha para a Colômbia.P – Há quem lhe critique pela ingenuidade de haver esperado tanto tempo para mudar sua cúpula militar, fiel ao regime anterior.R – Provavelmente com razão. E também por haver confiado em Bogotá. Se você prefere, subestimamos a ameaça de um ataque externo, já que com o Peru as coisas se resolveram, e com a Colômbia tínhamos boas relações. Mas subestimamos que ali está Uribe.
P – É correto dizer que o Equador limita com o território das FARC e não com a Colômbia?
R – Temos uma fronteira selvática onde há 13 destacamentos. A Colômbia só tem dois, quando o conflito guerrilheiro é dela. Por quê? Porque espera que nós coloquemos os mortos. Em que pese tudo isso, mantemos mobilizados 11.000 homens, o que custa cerca de 100 milhões de dólares anuais ao tesouro do Estado. No ano passado morreram 13 soldados em uma guerra que não é nossa, e ainda por cima temos que tragar a insolência de Álvaro Uribe Vélez. Bogotá tem cerca de 170.000 Km² onde seu Exército não pode entrar. Diante dessa situação reitero que nós não limitamos com a Colômbia, limitamos com as FARC.P – Qual foi a resposta do Governo socialista diante da crise política?R – Um pouco ambígua. Eu aprecio muito o governo socialista e o presidente Zapatero, mas sua declaração foi tremendamente imprecisa, tentando contentar os dois lados, quando os agredidos éramos nós. A explicação que encontramos era de que estava na reta final da campanha eleitoral. Compreendemos mas esperamos algo mais do Governo da Espanha. Oxalá não estejam pressionando as cento e poucas empresas transnacionais que funcionam na Colômbia, porque nesse tipo de coisas são mais importantes os princípios e as convicções que compartilhamos com o presidente Zapatero. Estamos de acordo que sempre deve prevalecer o direito internacional.P – Está disposto a mediar junto às FARC para alcançar a troca humanitária?R - Disse uma e mil vezes para o presidente Álvaro Uribe: o povo colombiano pode contar com o Equador para resolver esta guerra civil que o sangra há tantas décadas. Isto é o que tentávamos fazer antes do ataque. No entanto, eles não querem solução. A campanha de Bogotá contra o Governo do Equador assim o indica. Não rechaçamos a hipótese de que queiram nos desestabilizar por não seguir a política de Washington. Tampouco descartamos que seja uma estratégia para colocar em Quito um governo títere que aceite o Plano Colômbia, e que permita que a base norte-americana de Manta continue operando além de 2009, que é quando vence seu contrato.P – Pensa em eliminar as concessões de exploração de recursos às grandes empresas?
R – A nova Constituição que agora está se debatendo na Assembléia Constituinte parte de um novo marco jurídico nessa questão. Mudaremos a lei feita pelos inefáveis burocratas do Banco Mundial, que foi um desastre. Ao ponto que chegaram a dar mais de 4.000 concessões, das quais 70% nem sequer chegaram a iniciar alguma exploração. Os contratos serão renegociados. Há pouco nos reunimos com a Repsol. O interesse é mútuo. Enquanto a ética do trabalhador for respeitada, o meio ambiente, e pagarem ao Estado os impostos que devem, não haverá problemas e será um projeto rentável. O petróleo é do Estado, e queremos que os contratos sejam assinados por prestação de serviço.P – Que mecanismos são manejados para que os imigrantes não sintam o desenraizamento?R - Nosso governo criou, assim que chegou à presidência, um ministério para a imigração. Estamos em um período de fortalecimento de nossas embaixadas e consulados, especialmente na Espanha, porque acreditamos que a imigração equatoriana já é a quinta região do país. Acabamos de aprovar uma dotação de nove milhões de dólares para o Plano Retorno (um programa de isenção de impostos para aqueles que regressem ao país com seus bens e subsídios para a casa própria). Também estamos criando o Banco do Imigrante. No plano político, direi que na Assembléia Constituinte há seis representantes da imigração pela primeira vez na história.
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