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Saturday, June 28, 2008

Petróleo: emerge uma nova ordem energética mundial 28/06/08 Artigo de Humberto Marquez da IPS

A Arábia Saudita, ao reunir os grandes produtores e consumidores de petróleo, marcou um ponto de inflexão na negociação de uma nova ordem energética mundial, que emerge sob o peso de preços do crude alheios aos fundamentos do mercado. "Devia perguntar-se se os 140 dólares por barril (como flutuava Quinta Feira nos mercados) podem ser negociados entre a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e o novo actor que é o capital global e os seus governos do G8", disse à IPS Victor Poleo, professor de Economia do Petróleo na Venezuela.O crude passou na Quinta Feira pela primeira vez essa linha de preços, ao atingir a cotação de 140,39 dólares o barril na Bolsa de Nova Iorque, ainda que depois tenha retrocedido para 139,64 dólares.Os preços do petróleo "já não poderão ser ditados pela OPEP, porque uma significativa porção do preço do petróleo parece obedecer a leis de mercado que não lhe são próprias", indicou Poleo. A Arábia Saudita sente "o início de uma etapa de transição para uma nova ordem de domínio do sistema mundial de energia", acrescentou.Para o especialista, "na velha ordem, sob a condução da OPEP, o nível de preços situar-se-ia em cerca de 70 dólares por barril, enquanto que no novo o nível de incremento é de igual magnitude" e as decisões sauditas "fazem parte da nova negociação".
A reunião informal de Domingo passado na cidade saudita de Jeddah, com representantes de governos e de grandes empresas petrolíferas, pediu mais investimentos para desenvolver a produção de crude e derivados, mas também "maior transparência dos mercados financeiros" de onde afluem recursos que compram o produto para o futuro e fazem disparar os preços".
O encontro de Jeddah será repetido no final do ano em Londres e, entretanto, produtores e consumidores, mais empresas, vão-se encontrar novamente na próxima semana em Madrid, que albergará o 19.º Congresso Mundial do Petróleo.O ministro espanhol da Indústria, Miguel Sebastián, disse que "após desfrutar durante 15 anos de preços baixos, as nossas economias voltaram a ser dependentes do petróleo e o mundo não está preparado para o repto de uma progressiva subida do seu preço".Sebastián disse que "a natureza foi generosa com os membros da OPEP, mas essa dádiva implica responsabilidade com a economia global", melhorando a oferta, enquanto os países industrializados "deveriam reformar em profundidade os mercados de matérias-primas para evitar bolhas especulativas".A OPEP é integrada por Angola, Arábia Saudita, Equador, Emiratos Árabes Unidos, Indonésia, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar e Venezuela, e o seu subsolo possui mais de 75% das reservas petrolíferas do planeta.
O diário de Caracas El Nacional recordou a propósito da reunião de Jeddah que o chamado "pai da OPEP", o venezuelano Juan Pablo Pérez Alonso, propôs há meio século uma entidade de produtores e consumidores que regulasse o comércio mundial dos hidrocarbonetos.
As corporações que controlavam o negócio, conhecidas como as "sete irmãs", desdenharam da proposta e os Estados produtores criaram então a OPEP, fundada em 1960 em Bagdade por Arábia Saudita, Irão, Iraque, Kuwait e Venezuela.
Naquele tempo a Venezuela era o primeiro exportador mundial de crude. Essa posição é ocupada agora e desde há décadas pela Arábia Saudita, que de Jeddah enviou uma mensagem aos seus sócios da OPEP de que não favorecerá uma subida de preços, decidindo unilateralmente um aumento da sua produção, de 9,5 milhões de barris diários para 9,7 milhões a partir de Julho.
Talvez por isso, para mostrar que Riade não é a única voz da OPEP, o presidente da organização e ministro do petróleo da Argélia, Chakib Jelil, disse na Europa que o preço do petróleo, ainda que não suba até aos 200 dólares por barril, "provavelmente chegará a um valor entre 150 e 170 dólares durante este Verão".Mas, se por exemplo, a crise do programa nuclear do Irão levasse a que esse país suspendesse a sua produção, hoje de 4,4 milhões de barris diários, "gerar-se-ia uma grave situação de falta de abastecimento e os preços chegariam a 300 ou 400 dólares", disse Jelil.
Enquanto estas declarações davam a volta ao mundo, o porta-voz para o petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, disse que o seu país poderia diminuir a produção de crude para protestar por uma lei que os Estados Unidos estão a debater, segundo a qual o seu Departamento de Justiça poderia pedir aos membros da OPEP para diminuir produção ou "cartelizar" preços.Tripoli também resiste a uma lei norte-americana que autoriza os familiares das vítimas de ataques terroristas que se comprove que tenham estado ligados à Líbia a solicitarem a penhora de bens desse país norte-africano ou de companhias que façam negócios com esse governo.Estas declarações empurraram os preços da véspera, para o recorde dos 140 dólares. Ainda que a Líbia apenas produza 1,8 milhões de barris, o que equivale a dois por cento da procura mundial, os operadores consideram que cada barril conta para alterar os preços.Por isso, no cenário de Jeddah, o secretário geral da OPEP, o líbio Abdallah el-Badri, disse que a organização prevê investir 160.000 milhões de dólares nos próximos cinco anos, para acrescentar à oferta cinco milhões de barris diários.A OPEP produz cerca de 32 milhões de barris por dia de petróleo, enquanto que a oferta mundial atinge os 86 milhões de unidades.O especialista venezuelano Pablo Hernández Parra sustenta que a procura mundial será no início da próxima década de mais de 92 milhões de barris por dia de petróleo, dos quais a OPEP não poderá fornecer mais de 38 milhões de unidades, enquanto o resto do mundo fornecerá cerca de 49 milhões.O défice, de vários milhões de barris diários, não poderá ser coberto pela OPEP, porque falsificou dados sobre as suas reais reservas e sobre a capacidade de expandir a produção. "A única saída é uma sociedade nova que tenha como objectivo reduzir o actual consumo energético e conservar o que nos resta de ambiente", segundo Hernández Parra.O norte-americano Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia em 2001, escreveu esta semana que "só modificando os padrões de consumo e de produção - com um novo modelo económico, na realidade - poderemos fazer frente ao problema prioritário dos recursos básicos"."Dois factores desencadearam a crise actual: a guerra do Iraque impulsionou a escalada dos preços do petróleo e, por outro lado, o aparecimento dos biocombustíveis faz com que os mercados agro-alimentar e energético estejam mais ligados", apontou Stiglitz.Nos Estados Unidos, "os subsídios ao etanol extraído do milho contribuíram mais para encher os cofres dos produtores do que para reduzir o aquecimento global", lamentou, depois de advogar que os países ricos eliminem ou reduzam as políticas energéticas e agrícolas que provocam distorções e que ajudem as nações pobres.Nestas, a escalada dos preços do petróleo adquire proporções de pesadelo. Na abertura do encontro de Jeddah, o rei saudita Abdulá Bin Abdulaziz propôs que a OPEP estabeleça um fundo de 1.500 milhões de dólares para compensar a carga que os elevados preços do crude representam para os países pobres.
A situação da região foi ilustrada pelo Ministro das Finanças da República Dominicana, Vicente Bengoa: "Em 2004, a factura petrolífera era coberta com as remessas dos emigrantes dominicanos e sobravam 560 milhões de dólares, enquanto que este ano se prevê uma entrada de remessas no montante de 1.900 milhões de dólares e uma factura petrolífera de 4.500 milhões".As corporações globais petrolíferas, entretanto, arrecadaram lucros de dezenas de milhares de milhões de dólares, cada uma. Com essas entradas, sustenta Poleo, o capital global financia o seu posicionamento perante as mudanças em marcha na matriz energética mundial. A favor desses interesses, a bolha de preços continua a inchar, ainda que analistas como Alexander Green, da rede de consultoria norte-americana Oxford Clube, insistam em que os actuais valores do crude são insustentáveis e necessariamente baixarão.Green comparou 2.391 dias de subidas no preço do petróleo, desde Novembro de 2001, com os 2.086 de aumento do índice Nasdaq da bolsa e com os 1.954 dos construtores de habitações. Estes últimos casos foram seguidos de 943 e 902 dias de baixa.

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