Na Colômbia,Lula negociará acordos de defesa com Uribe 19/07/08





"Uribe resiste em incorporar-se a um mecanismo de defesa que debilite a presença dos EUA na América do Sul", afirmou.O ministro de Defesa, Nelson Jobim, disse que a Colômbia resistia em entrar no Conselho de Defesa por causa da crise diplomática com a Venezuela. “Mas agora as coisas mudaram e vou verificar se a alteração da conjuntura política poderá mudar a posição da Colômbia em relação a isso”, afirmou. O projeto do Conselho ainda está em discussão e prevê, em linhas gerais, a colaboração para a produção de armamentos, troca de informações entre as forças armadas dos países da região e treinamentos conjuntos.O Conselho de Defesa estaria conectado à recém criada União de Nações Sul-americanas (Unasul), cujo andamento será um dos pontos de debate entre Lula e Uribe neste sábado. Segundo Romero, o êxito de acordos de cooperação depende também do rumo que o governo colombiano vai adotar em relação a uma possível saída para o conflito armado.“Isso determinará a tranqüilidade ou não dos vizinhos na região”, disse.Para ele, se Uribe optar por derrotar militarmente a guerrilha a partir da eliminaçao de seus líderes, os guerrilheiros, “sem uma linha de mando de unidade”, poderiam migrar para as redes de narcotráfico, tornando ainda mais difícil o controle nas fronteiras.
“No entanto, se optar pela saída política e estabelecer mecanismos de desmobilização dos grupos armados com uma alternativa digna, o impacto para os vizinhos será menor, e o Brasil poderá ser um dos grandes beneficiados”, afirmou Romero.O debate sobre a necessidade de reforçar a segurança nas fronteiras da América do Sul, em especial com a Colômbia, ganhou força depois do bombardeio realizado pelo Exército colombiano a um acampamento do grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que havia sido instalado no Equador.
A invasão ocasionou a morte do número dois das Farc, Raúl Reyes, e de outras 25 pessoas, e provocou uma crise envolvendo Bogotá, Quito e Caracas.

No domingo, Lula participará das comemorações do dia da Independência da Colômbia, no Estado de Letícia, na fronteira com o Brasil, acompanhado de Uribe e do presidente do Peru, Alan García.A cerimônia, que será acompanhada por uma apresentação musical, integra as manifestações que serão realizadas em todo o país para exigir a libertação de todos reféns das Farc.Esta é a segunda visita oficial que o presidente brasileiro realiza à Colômbia. A primeira foi em dezembro de 2005.
Além da área de Defesa, Brasil e Colômbia deverão firmar acordos para cooperação florestal, processamento de madeira, gestão ambiental urbana e projetos agropecuários.Como é de praxe nas visitas de Lula aos países sul-americanos, o presidente está acompanhado de uma delegação de empresários brasileiros que participarão de um encontro no sábado, em uma tentativa de reaquecer o intercâmbio comercial entre os dois países.No primeiro semestre deste ano, segundo o governo brasileiro, a balança comercial entre Brasil e Colômbia somou mais de US$ 1,4 bilhão, com saldo favorável para o Brasil de US$ 687 milhões.

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