*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Monday, July 14, 2008

A Síria fora do “eixo do mal” 14/07/08 por Miguel Portas

a reunião euro-mediterrânica deste fim de semana trouxe uma notícia relevante: finalmente, a Síria venceu o isolamento internacional a que os EUA e a Europa a tinham votado. Pelo fim do isolamento, o presidente sírio ofereceu o reconhecimento formal do Líbano através da troca de embaixadores entre Beirute e Damasco. Este gesto já havia sido prometido pelo ministro dos negócios estrangeiros, mal fosse resolvida a crise institucional no país vizinho. Tem, contudo, enorme força simbólica. Desde que o Líbano se tornou independente, nunca se tinha verificado. Este gesto tem ainda um efeito interno no Líbano, que não é despiciendo. A maioria parlamentar, dita "pró-ocidental", tem feito da política anti-síria o alfa e o ómega da sua unidade. Agora, resta-lhes acreditar numa guerra contra Teerão para reverterem a relação de forças.
O novo presidente libanês, Michel Sleimane, trouxe na pasta um novo governo. Ele respeita as condições acordadas em Doha, que davam finalmente uma minoria de bloqueio à oposição. A sua constituição foi difícil porque as forças que apoiavam o anterior governo quiseram recuperar na secretaria o que haviam perdido no terreno e à mesa das negociações. Acabou por ser o Hezbollah a facilitar o arranjo: ficou com um único ministro - o do Trabalho - e deu aos seus parceiros de oposição, drusos e cristãos, pastas a que tinha direito. Na verdade, este é um governo provisório, cuja principal função é preparar as eleições de Abril do próximo ano. No ministério do interior, uma pasta vital onde a disputa de influência tem sido duríssima, ficou um civil do presidente, que esteve recentemente em Bruxelas numa audição organizada por uma das delegações a que pertenço, a das relações com o Machrek. Isento na apresentação das questões relativas ao sistema eleitoral libanês, deixou excelente impressão.Com a troca de embaixadores, o beneplácito francês e as negociações entre a Síria e Israel para a devolução dos montes Golã através da mediação turca, cria-se um quadro que dificulta aventuras militares até à eleição norte-americana. Um ataque militar a Teerão continua a ser uma possibilidade que ninguém pode descartar. Mas, fora desta variável, o novo mapa das relações de força regionais dificulta aventuras e provocações que tenham o Líbano como epicentro.
Porque jogou Sarkozy a carta de Damasco? A tese mais especulativa é a de que os sírios se poderiam colocar em rota de colisão com Teerão e que esta política aceleraria esse processo. Não creio que Sarkozy acredite em contos de fadas. Damasco não alterará um milimetro os seus alinhamentos estratégicos enquanto existir um soldado norte-americano na região.
O presidente francês quer, isso sim, recuperar o papel da França na região, que os últimos anos de Chirac alienaram.Sarkozy não é insensível às mudanças na relação de forças regionais e está convencido de que a eleição norte-americana marcará, qualquer que seja o vencedor, um ajustamento no unilateralismo neo-conservador. Sarkozy posiciona-se agora com os olhos postos em 2009. Tal como todos os outros actores locais e regionais. Paris tem interesse na pacificação da situação libanesa e precisa de Damasco para esse efeito. Prepara-se, se necessário, para conviver, tant mal que bien, com quem vencer as próximas eleições libanesas. Sarkozy é reaccionário e instável, mas não é estúpido.

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