ANP:Após retomada do diálogo com Fatah, "tudo depende do Hamas" 24/03/08
Revés em Gaza para a doutrina Bush
http://resistir.info/palestina/gaza_15jun07.html
Ramala, 24 mar (EFE) - O ministro da Informação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Riad Malki, disse hoje que, após o acordo de reatamento do diálogo entre as facções palestinas, "tudo depende do grupo (islâmico) Hamas", que controla a Faixa de Gaza. A declaração de Malki alude a que o Hamas deve ceder o controle da Faixa de Gaza, região a qual passou a controlar à força em junho, em especial agora que representantes do Hamas e do Fatah, maioria na ANP, acordaram domingo em Sana retomar o diálogo em 5 de abril nos territórios palestinos. O acordo foi alcançado tomando como base a iniciativa iemenita para a reconciliação entre ambos os grupos.
A proposta foi apresentada em janeiro pelo presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e nela se destaca a realização de eleições antecipadas e a retomada das negociações entre as duas facções sobre a base dos acordos entre ambas do Cairo (2005) e de Meca (2007). Em entrevista coletiva realizada hoje na cidade de Ramala, na Cisjordânia, Malki indicou que o Governo da ANP está de acordo com o texto assinado domingo e que seus funcionários aguardam instruções do presidente da Autoridade e líder do Fatah, Mahmoud Abbas. As declarações do ministro da Informação contrastam com as feitas previamente pelo funcionário do Fatah e líder da equipe negociadora palestina com Israel, Ahmed Qorei, que disse que a assinatura do acordo de Sana se deveu a um "mal-entendido". O acordo para a retomada das conversas foi assinado por um representante do Hamas, Moussa Abu Marzuq, e pelo vice-primeiro-ministro da ANP, Azzam al-Ahmad. "O presidente Abbas estava muito ocupado recebendo o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, e Azzam tentou muitas vezes ligar para ele (Abbas), mas não pôde encontrá-lo. As conversas se encontravam em sua reta final e o tempo pressionava", disse hoje Qorei à imprensa em Ramala. O próprio Azzam al-Ahmad protagonizou domingo um debate inflamado com o assessor presidencial da ANP Nemer Hamad em um canal de notícias árabe, pois este último o acusou de assinar o acordo sem contar com o respaldo de Abbas.
Analistas políticos indicaram que as reações contraditórias sobre o acordo do Iêmen, pelo qual o Fatah retomaria o diálogo com o movimento Hamas após nove meses, se devem a que este fato poderia destruir o processo negociador em curso entre ANP e Israel iniciado em novembro na Cúpula de Annapolis (EUA). Um dos líderes do Fatah na Cisjordânia, Mohammad Shtayyeh, qualificou o acordo do Iêmen de "muito importante" e afirmou que o Hamas deve "começar a trabalhar no terreno para retornar à situação anterior à tomada de Gaza". O acordo do Iêmen contempla o reatamento dos contatos para a criação de um Governo transitório de União Nacional e a reconstrução do aparelho de segurança palestino sobre uma base nacional, que era a situação anterior à tomada da faixa pelo Hamas após expulsar desse território as forças leais a Abbas. Shtayyeh também disse que a convocação de novas eleições é "o único caminho para sair desta situação de divisão política" entre os palestinos. O titular de Informação da Autoridade insistiu em que a ANP prepara os detalhes para o reatamento do diálogo com a facção rival do Hamas de cara à cúpula da Liga Árabe, que será realizada no próximo fim de semana em Damasco. Malki revelou que nos próximos dias o primeiro-ministro da ANP, Salam Fayyad, terá uma nova reunião com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, na qual deve ser analisada a situação na Cisjordânia e em Gaza, assim como o diálogo inter-palestino. "Os israelenses detiveram este mês mais de 83 pessoas na Cisjordânia e ergueram 87 novos postos de controle" no território, disse o funcionário. Em uma visita a um posto de controle na Cisjordânia, Barak afirmou hoje que, por enquanto, não tem intenção de desmantelar qualquer barreira militar nesse território, apesar de ter se comprometido há meses com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a remover dezenas destes postos. "Não acho que nada do que tenha acontecido no Iêmen requeira uma resposta de nossa parte", afirmou Barak, antes de ressaltar que a posição de Israel é "conhecida por todos", de não manter diálogo direto com o Hamas. EFE
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Ramala, 24 mar (EFE) - O ministro da Informação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Riad Malki, disse hoje que, após o acordo de reatamento do diálogo entre as facções palestinas, "tudo depende do grupo (islâmico) Hamas", que controla a Faixa de Gaza. A declaração de Malki alude a que o Hamas deve ceder o controle da Faixa de Gaza, região a qual passou a controlar à força em junho, em especial agora que representantes do Hamas e do Fatah, maioria na ANP, acordaram domingo em Sana retomar o diálogo em 5 de abril nos territórios palestinos. O acordo foi alcançado tomando como base a iniciativa iemenita para a reconciliação entre ambos os grupos.
A proposta foi apresentada em janeiro pelo presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e nela se destaca a realização de eleições antecipadas e a retomada das negociações entre as duas facções sobre a base dos acordos entre ambas do Cairo (2005) e de Meca (2007). Em entrevista coletiva realizada hoje na cidade de Ramala, na Cisjordânia, Malki indicou que o Governo da ANP está de acordo com o texto assinado domingo e que seus funcionários aguardam instruções do presidente da Autoridade e líder do Fatah, Mahmoud Abbas. As declarações do ministro da Informação contrastam com as feitas previamente pelo funcionário do Fatah e líder da equipe negociadora palestina com Israel, Ahmed Qorei, que disse que a assinatura do acordo de Sana se deveu a um "mal-entendido". O acordo para a retomada das conversas foi assinado por um representante do Hamas, Moussa Abu Marzuq, e pelo vice-primeiro-ministro da ANP, Azzam al-Ahmad. "O presidente Abbas estava muito ocupado recebendo o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, e Azzam tentou muitas vezes ligar para ele (Abbas), mas não pôde encontrá-lo. As conversas se encontravam em sua reta final e o tempo pressionava", disse hoje Qorei à imprensa em Ramala. O próprio Azzam al-Ahmad protagonizou domingo um debate inflamado com o assessor presidencial da ANP Nemer Hamad em um canal de notícias árabe, pois este último o acusou de assinar o acordo sem contar com o respaldo de Abbas.
Analistas políticos indicaram que as reações contraditórias sobre o acordo do Iêmen, pelo qual o Fatah retomaria o diálogo com o movimento Hamas após nove meses, se devem a que este fato poderia destruir o processo negociador em curso entre ANP e Israel iniciado em novembro na Cúpula de Annapolis (EUA). Um dos líderes do Fatah na Cisjordânia, Mohammad Shtayyeh, qualificou o acordo do Iêmen de "muito importante" e afirmou que o Hamas deve "começar a trabalhar no terreno para retornar à situação anterior à tomada de Gaza". O acordo do Iêmen contempla o reatamento dos contatos para a criação de um Governo transitório de União Nacional e a reconstrução do aparelho de segurança palestino sobre uma base nacional, que era a situação anterior à tomada da faixa pelo Hamas após expulsar desse território as forças leais a Abbas. Shtayyeh também disse que a convocação de novas eleições é "o único caminho para sair desta situação de divisão política" entre os palestinos. O titular de Informação da Autoridade insistiu em que a ANP prepara os detalhes para o reatamento do diálogo com a facção rival do Hamas de cara à cúpula da Liga Árabe, que será realizada no próximo fim de semana em Damasco. Malki revelou que nos próximos dias o primeiro-ministro da ANP, Salam Fayyad, terá uma nova reunião com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, na qual deve ser analisada a situação na Cisjordânia e em Gaza, assim como o diálogo inter-palestino. "Os israelenses detiveram este mês mais de 83 pessoas na Cisjordânia e ergueram 87 novos postos de controle" no território, disse o funcionário. Em uma visita a um posto de controle na Cisjordânia, Barak afirmou hoje que, por enquanto, não tem intenção de desmantelar qualquer barreira militar nesse território, apesar de ter se comprometido há meses com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a remover dezenas destes postos. "Não acho que nada do que tenha acontecido no Iêmen requeira uma resposta de nossa parte", afirmou Barak, antes de ressaltar que a posição de Israel é "conhecida por todos", de não manter diálogo direto com o Hamas. EFE
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