Declarações de Noor Al-Deen Al-Rubei’i, da Academia Científica iraquiana 26/03/08 O Iraque perdeu 5.500 cientistas


Por essa razão, quando invadiram o Iraque, a primeira coisa que os exércitos estadunidense e britânico atacaram foram os institutos, escolas e universidades científicos e de investigação, incendiando bibliotecas e património histórico, que expuseram à pilhagem e ao saque.


Disse ainda o Dr. Rubei’i: a ameaça de James Baker de fazer regredir o Iraque para a era pré-industrial – ou seja, para a Idade Média – significava a destruição e demolição de todas as formas de resistência e de oposição, tal como fizera Hulagu Khan na sua selvática invasão em que as águas do Tigre primeiro se tornaram vermelhas devido aos corpos mortos lançados ao rio, e depois negras quando para ele os invasores atiraram os livros.A verdade é que os invasores tinham consciência do grande desenvolvimento e do significado do projecto científico e técnico iraquiano, um sistema tecnico-científico perfeitamente integrado que seria garante da independência nacional do país e se tornaria um factor incontornável a levar em conta. Foi por isso que, poucos dias depois do início da ocupação, o Dr. Mohammad al-Rawi, dirigente do Sindicato dos Médicos do Iraque, e presidente da Universidade de Bagdade, foi assassinado. Sucederam-se então os assassinatos, em plena luz do dia, de 1.500 iraquianos altamente qualificados, como o Dr.Muhi Husein, professor de aerodinâmica e engenharia de aviação da Universidade de Tecnologia, o Dr. Muhammad Al-Duleimi, professor da mesma universidade, e o Dr. Ghalib Al-Hiti, professor de engenharia química na mesma universidade – para não falar da destruição de milhares de fábricas, laboratórios e centros de investigação. Israel este implicada nesta operação suja. A espionagem israelita criou um exército secreto de 150 elementos, que tem uma lista de 800 cientistas iraquianos a serem liquidados ou deportados para Israel. Nestes últimos anos de ocupação, Israel acolheu muitos dos que traíram o Iraque e se acolheram no abraço sionista. Um deles é Kanan Mekiya, a quem foi oferecido o doutoramento, enquanto a outros, como Tahir Labib e Mahmud Abu Salih, foram dadas cátedras.

E o Dr. Rubei’i prossegue: Assassinar os cientistas iraquianos integra-se na estratégia do “caos criativo” seguida pela ocupação desde a invasão, com o intuito de dominar os iraquianos e de os subjugar. Este caos sofisticadamente organizado dá-nos uma imagem dos insolentes invasores como sendo ingénuos ou impotentes ou estupidamente incapazes perante o assalto aos palácios do Estado iraquiano, às instituições governamentais, aos bancos, às universidades, às fábricas, aos centros de engenharia e militares, aos museus, às bibliotecas e aos tesouros do seu património. É um “caos sustentado”, como esses efeitos gráficos aleatórios nos ecrãs dos computadores. Auto-alimenta-se por meio do desperdício dos colossais recursos financeiros do Estado iraquiano, de uma corrupção sem precedentes, de subornos colectivos por meio de falsos projectos, como as eleições e o governo federal. Um elaborado caos, como é o dos fenómenos físicos, cujo objectivo central é criar a perturbação da vida pública e destruir a unidade nacional, a entidade do Estado. Ao mesmo tempo, controem em Bagdade a maior embaixada estadunidense e estabelecem 14 bases militares espalhadas por todo o Iraque.Disse ainda o Dr. Rubei’I que o primeiro estudo estatístico do massacre de cientistas, médicos e engenheiros iraquianos – elaborado por um médico inglês de origem iraquiana, o Dr. Ismael Al-Jalili, e apresentado na primeira conferência sobre o massacre de universitários iraquianos, na capital espanhola de Madrid – demonstra que o Doutor Mhawish foi o quarto deão assassinado da Universidade Al-Mustansiriya. Antes dele, foram mortos os deãos das faculdades de Medicina, de Educação e de Direito, além dos deãos-assistentes das faculdades de Ciências, de Economia e de Administração. Entre os directores dos departamentos foram assassinados os dos departamentos de Língua Alemã, de Educação e de Estudos Árabes Mundiais. Esta elite académica pertence a diferentes religiões e seitas do Iraque, não a qualquer delas em particular, o que confirma que os criminosos não são iraquianos.
Artigo original (em inglês) aqui.

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