*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Wednesday, March 12, 2008

Não, mas sim 12/03/08 por Juan GELMAN

revolution
http://br.youtube.com/watch?v=z43jmhhfIAA&feature=related
Washington e Moscou não se cansam de proclamar que a Guerra Fria não voltou. Talvez. O certo é que no plano militar atuam como se houvesse. A Casa Branca insiste em localizar parte de seu escudo antimísseis mundial na Polônia e na República Checa. O Kremlin advertiu que, se isso ocorrer, suspenderá sua participação no tratado de limitação das forças armadas convencionais e, mais grave ainda, que apontará seus mísseis contra essas duas nações. E a população civil? Bem, obrigado. A lógica das grandes potências não só é peculiar, é nuclear. Recorde-se a teoria de Huxley: o progresso tecnológico só nos aprovisionou de meios mais eficientes para avançar para trás.
É notório que os EUA procuram impor ao planeta seu domínio mediante o uso ou a ameaça da força, incorporando ao seu empenho as ex-repúblicas soviéticas. Esta concepção unipolar choca-se com uma realidade: a Rússia, embora debilitada, recompôs sua economia depois de Yeltsin, e segue possuindo um considerável arsenal nuclear e um vasto território, para não falar do manejo político de suas reservas de petróleo e gás natural que obstaculiza o avanço norte-americano nos países que alguma vez dependeram da URSS. A instalação do escudo antimísseis na Europa central persegue, obviamente, o objetivo de intimidar Moscou sob o pretexto de que serviria para detectar e destruir os presumíveis mísseis de ogiva nuclear que o Irã não tem.
A questão não se apresenta fácil para o governo de Bush. A instalação do radar na República Checa deve ser aprovada por um Parlamento dividido em partes iguais entre o oficialismo e a oposição. Lubimir Zaoralek, futuro ministro de Relações Exteriores se o partido social-democrata chegar a ganhar as próximas eleições, assinalou que Washington tem uma “percepção falsa” do perigo que o Irã significa para Praga, e 70% dos checos se manifestam contra esse plano (The Financial Times, 22-1-08).“Este projeto não é polaco, é estadounidense. Não nos sentimos ameaçados pelo Irã”, declarou por sua vez Radek Sikorski, ministro de Relações Exteriores da Polônia, país onde o rechaço da sociedade civil alcança 55% (The Guardian, 11-1-08). E depois paira uma incerteza sobre esses governos: querem garantias de que o projeto seguirá adiante se os democratas vencerem as eleições de novembro nos EUA.
A “Iniciativa Bases Não” (IBN) ganha consenso entre os checos. “A realização do plano dos EUA não ampliará a segurança, pelo contrário: trará novos perigos e inseguranças. Embora seja qualificado como ‘defensivo’, na realidade permitirá que os EUA ataquem outros países sem temor a represálias”, lê-se na Declaração de Praga 2007, emitida pela IBN. Em novembro passado foram organizadas densas manifestações contra o escudo antimísseis em Praga e Brno, e se preparam outras diante das embaixadas checas em várias cidades européias.Este movimento pela paz é mais fraco na Polônia, mas Varsóvia não conseguiu ainda que Washington concretize o oferecimento de fortalecer sua defesa antiaérea. Ao término da reunião de 1º de fevereiro deste ano entre Condoleezza Rice e Sikorski, o porta-voz do ministro polaco afirmou que “definitivamente não há acordo” sobre o assunto (The Washington Post, 2-2-08). “Em última instância será necessário vender (o projeto) à população”, finalizou. Como costumava dizer H. L. Mencken, sempre há uma solução para todo problema humano: elegante, plausível e equivocada.
A OTAN, por seu lado, não fica atrás do Pentágono: patrocinou a redação de um relatório intitulado “Por uma estratégia central para um mundo incerto: renovar a associação transatlântica” (http://www.csis.org/). Os ex-chefes de Estado Maior, general John Shalikashvili (EUA), general Klaus Naumann (Alemanha), marechal de campo Lord Inge (Reino Unido), almirante Jacques Lanxade (França) e Henk van den Breemen (Países Baixos), elaboraram o referido informe no qual propõem o emprego preventivo de armas nucleares como “instrumento final de una resposta assimétrica” ao terrorismo (http://www.noaber.com/ , dezembro de 2007). Tomando-se em conta que o Pentágono preparou planos similares, sem descartar sua aplicação à Rússia e à China, não é muito alentador para a humanidade o que assoma no horizonte.Os autores do relatório para a OTAN justificam de maneira muito curiosa o lançamento antecipado de bombas nucleares: consideram que “a guerra nuclear poderia logo ser um fato possível em um mundo cada vez mais brutal”. Cabe perguntar se pensam em jogá-las sobre a Casa Branca.


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