Ocupação do Iraque pelos EUA já matou 660 mil 14/03/08

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Desde 2003, ano em que os Estados Unidos desencadearam a invasão e a ocupação do Iraque, 660 mil pessoas perderam a vida, das quais 99% são civis iraquianos, ou seja, cada dia cerca de 450 pessoas morreram, o que constitui-se a maior tragédia para os direitos humanos e um desastre para o humanitarismo, de acordo com o documento do Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2007, publicado recentemente pelo escritório de imprensa do Conselho de Estado da China.



Não deveria ser assim. O "The Wall Street Journal" esteve perto de acertar em um artigo de primeira página sobre a Super Terça-feira, aquele dia de múltiplas primárias: "Os temas passam ao segundo plano na campanha de 2008 na medida em que os eleitores vão se focando na personalidade".Para colocar a coisa de maneira mais específica, os temas deixam de estar em primeiro plano, enquanto os candidatos e suas agências de relações públicas se concentram na personalidade. Como de costume, os temas podem ser perigosos. A teoria democrata progressista sustenta que a população ("marginais ignorantes e intrometidos") deveria ser "espectadora" e não "partícipe" da ação, como escreveu Walter Lippmann.Os partícipes estão conscientes de que ambos os partidos políticos estão bem à direita da população e de que a opinião pública é consistente através do tempo, assunto analisado no útil estudo "A falta de conexão da política exterior", de Benjamin Page e Marshall Bouton. É importante, então, que a atenção seja desviada para outro lado.O trabalho concreto do mundo é do domínio de uma liderança iluminada. E isso revela-se mais na prática do que nas palavras. O Presidente Wilson, por exemplo, afirmou que se devia empoderar uma elite de cavalheiros de "altos ideais" para preservar a "estabilidade e a correção", essencialmente na perspectiva dos Pais Fundadores (dos Estados Unidos). Em anos mais recentes, esses cavalheiros transmutaram-se na "elite tecnocrática", "intelectuais de ação", os neocons "straussianos" de Bush II e outras configurações. Para esta vanguarda, as razoes de que o Iraque seja retirado da tela do radar não deveriam ser obscuras.



"Franklin D. Roosevelt tinha razão, mas hoje somos nós que vivemos na infâmia". Que o Iraque é "uma terra em ruínas" não é questionável. Recentemente a agência britânica Oxford Research Business atualizou sua estimativa de mortes adicionais causadas pela guerra em 1,03 milhões, excluindo Karbala e Anbar, duas das piores regiões. Seja correta essa estimativa, ou exagerada, segundo alguns, não há dúvida de que o balanço é horrendo. Vários milhões de pessoas estão deslocadas internamente.



Independiente da catástrofe, o Iraque continua sendo um tema marginal na campanha presidencial. Isso é natural, dado o espectro falcão-pomba da opinião elitista. As pombas liberais aderem ao seu raciocínio e atitudes tradicionais, rezando para que os falcões estejam com a razão, que os EUA obtenham uma vitória e imponham "estabilidade", palavra código para subordinação à vontade de Washington.Os falcões são alentados e as pombas silenciadas com relatórios entusiastas sobre menores baixas após o aumento de tropas. Em dezembro, o Pentágono difundiu "boas notícias" sobre o Iraque: um estudo mostrava que os iraquianos têm "opiniões divididas", com o que a reconciliação deveria ser possível. As opiniões eram duas. Primeiro, que a invasão dos EUA é a causa da violência sectária que deixou o Iraque aos pedaços. Segundo, que os invasores deveriam se retirar.




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