Rússia dedica mais atenção à América Latina 22/05/08 por Ilia Kramnik .
insurreição de outubro
http://br.youtube.com/watch?v=gXZVhKvvMVU&feature=related
A América Latina nunca foi uma das regiões onde a influência da União Soviética (URSS) ou da Rússia pode considerar-se determinante ou ao menos, apreciável.
A falta de influência política afetou a cooperação técnico-militar da Rússia nesta parte do planeta. Segundo os experts, a cooperação da Rússia com a América Latina ainda se encontra em um estado incipiente.Desde os tempos da doutrina Monroe, a América Latina é considerada uma região onde reina os Estados Unidos e em conseqüência, os governos latino-americanos escrupulosamente adquirem armamentos de fabricação norte-americana e em alguns casos, produzidos na Europa Ocidental.
A presença militar soviética na América Latina começou nos anos 50 e 60, quando Cuba solicitou ajuda à URSS. Os fornecimentos de armamento soviético, permitiram aos cubanos rechaçar a intervenção na “Playa Girón” apoiada pelos Estados Unidos, e também, converter-se em uma potência militar regional relativamente forte, que teve influência nos acontecimentos políticos em outros continentes. Importante recordar a participação das Forças Armadas de Cuba nos conflitos da África (Angola e Moçambique).O segundo país da região que estabeleceu cooperação militar com a URSS foi o Peru. A origem desta cooperação está vinculada com a subida ao poder de um grupo de militares liderados pelo general-de-divisão Juan Velasco Alvarado, em 1968. Esse sistema castrense no país andino optou por cooperar com a União Soviética.O governo peruano ficou profundamente impressionado com a ajuda que prestou a URSS após um devastador terremoto ocorrido em 1969. A URSS organizou de forma rápida e eficiente o fornecimento de ajuda humanitária e maquinaria ao Peru com aviões militares de transporte An-22 (Antei), que cruzaram o Atlântico.O Chile devia ser o terceiro país latino-americano a perfilar-se como aliado da URSS, e por conseqüência, potencial comprador de armamentos soviéticos. O golpe contra o presidente Salvador Allende, em 1973, e a subida ao poder de Augusto Pinochet frustraram estes planos.
A exceção de Cuba e Peru, a União Soviética teve que conformar-se em cooperar com a pequena Nicarágua, onde em 1979 chegou ao poder o movimento pró-socialista sandinista.Destes três países, Cuba foi o país que recebeu a maior quantidade de armamento soviético, suas Forças Armadas foram equipadas em 100% com armas fabricadas na URSS. O Peru que também comprava armas na Europa ocupou o segundo lugar e Nicarágua que recebeu fuzis e equipamentos de guerra leve ficou em terceiro lugar.
A partir dos anos 90, a lista começou a ampliar quando os países da região, como Colômbia e México, começaram a adquirir armamentos de fabricação russa.Mas não se pode falar de que a Rússia estabelecera cooperação técnico-militar com estes países, porque foram compras de armamentos limitadas sem nenhuma perspectiva de continuidade.A situação começou a mudar no novo século. O primeiro país latino-americano que decidiu estabelecer uma cooperação sólida e prolongada com a Rússia após o colapso da União Soviética foi a Venezuela. E como nos casos anteriores, também foi uma decisão política, porque o presidente deste país, Hugo Chávez teve e sustenta sérias divergências com os Estados Unidos.
Como resultado, em 2005 e 2007, a Venezuela e a Rússia firmaram uma série de acordos para o fornecimento de armamentos, a instrução de militares venezuelanos e a organização e manutenção técnica do armamento russo adquirido por Caracas.Entre os armamentos que interessaram a Venezuela cabe destacar os caças Su-30, helicópteros de combate, fuzis automáticos Kalashnikov e sistemas de defesa aérea.O exemplo da Venezuela foi contagioso. Gigantes da região como a Argentina e o Brasil também optaram por ativar a cooperação militar com a Rússia. Durante a visita à Rússia a ministra de Defesa da Argentina Nilda Garré, em outubro de 2006 o governo argentino expressou interesse pelos sistemas russos de defesa aérea, equipamentos de controle de tráfico aéreo e helicópteros. O Brasil está interessado em caças e submarinos de fabricação russa.Um passo para aplainar a cooperação técnico-militar entre a Rússia e o Brasil foi a visita que em abril passado realizou a este país o Secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Valentín Sóbolev.Durante a visita Rússia e Brasil firmaram um acordo de cooperação técnico-militar que permitirá a este país sul-americano obter acesso a tecnologias russas modernas no campo aeroespacial, concretamente, as relacionadas com a fabricação de caças de quinta geração.Os planos do Brasil de incorporar à sua Armada submarinos com propulsão nuclear também supõe interesse nas respectivas tecnologias, como pode apreciar-se no exemplo da cooperação com a Índia. A Rússia pode compartilhar com o Brasil este tipo de informação. Além disso, a Rússia planeja fornecer ao Brasil modernos caças russos de quarta geração 4++, como os Su-35.Os fatores que movem estes países na cooperação com a Rússia têm implicações políticas, sendo mais exatos, se alinham na aspiração de atenuar a influência monopolista dos Estados Unidos na América Latina.Deste ponto de vista, ante os planos de criar uma “OTAN latino-americana”, a aquisição de armamentos russos alinha-se como uma ótima opção. Para a Rússia, esta evolução dos acontecimentos é positiva em todos os sentidos.
No plano econômico, a Rússia aumenta a exportação de produtos com alto conteúdo tecnológico e no político, poderia ter novos aliados.No plano diplomático, a aquisição de armamentos russos e a presença nos países da região de instrutores e assessores russos aumentará a autoridade e influência da Rússia na região e também em todo o mundo.
Vladimir İliç Lenin
http://br.youtube.com/watch?v=I360u9ZnQKQ&feature=related
http://br.youtube.com/watch?v=gXZVhKvvMVU&feature=related
A América Latina nunca foi uma das regiões onde a influência da União Soviética (URSS) ou da Rússia pode considerar-se determinante ou ao menos, apreciável.
A falta de influência política afetou a cooperação técnico-militar da Rússia nesta parte do planeta. Segundo os experts, a cooperação da Rússia com a América Latina ainda se encontra em um estado incipiente.Desde os tempos da doutrina Monroe, a América Latina é considerada uma região onde reina os Estados Unidos e em conseqüência, os governos latino-americanos escrupulosamente adquirem armamentos de fabricação norte-americana e em alguns casos, produzidos na Europa Ocidental.
A presença militar soviética na América Latina começou nos anos 50 e 60, quando Cuba solicitou ajuda à URSS. Os fornecimentos de armamento soviético, permitiram aos cubanos rechaçar a intervenção na “Playa Girón” apoiada pelos Estados Unidos, e também, converter-se em uma potência militar regional relativamente forte, que teve influência nos acontecimentos políticos em outros continentes. Importante recordar a participação das Forças Armadas de Cuba nos conflitos da África (Angola e Moçambique).O segundo país da região que estabeleceu cooperação militar com a URSS foi o Peru. A origem desta cooperação está vinculada com a subida ao poder de um grupo de militares liderados pelo general-de-divisão Juan Velasco Alvarado, em 1968. Esse sistema castrense no país andino optou por cooperar com a União Soviética.O governo peruano ficou profundamente impressionado com a ajuda que prestou a URSS após um devastador terremoto ocorrido em 1969. A URSS organizou de forma rápida e eficiente o fornecimento de ajuda humanitária e maquinaria ao Peru com aviões militares de transporte An-22 (Antei), que cruzaram o Atlântico.O Chile devia ser o terceiro país latino-americano a perfilar-se como aliado da URSS, e por conseqüência, potencial comprador de armamentos soviéticos. O golpe contra o presidente Salvador Allende, em 1973, e a subida ao poder de Augusto Pinochet frustraram estes planos.
A exceção de Cuba e Peru, a União Soviética teve que conformar-se em cooperar com a pequena Nicarágua, onde em 1979 chegou ao poder o movimento pró-socialista sandinista.Destes três países, Cuba foi o país que recebeu a maior quantidade de armamento soviético, suas Forças Armadas foram equipadas em 100% com armas fabricadas na URSS. O Peru que também comprava armas na Europa ocupou o segundo lugar e Nicarágua que recebeu fuzis e equipamentos de guerra leve ficou em terceiro lugar.
A partir dos anos 90, a lista começou a ampliar quando os países da região, como Colômbia e México, começaram a adquirir armamentos de fabricação russa.Mas não se pode falar de que a Rússia estabelecera cooperação técnico-militar com estes países, porque foram compras de armamentos limitadas sem nenhuma perspectiva de continuidade.A situação começou a mudar no novo século. O primeiro país latino-americano que decidiu estabelecer uma cooperação sólida e prolongada com a Rússia após o colapso da União Soviética foi a Venezuela. E como nos casos anteriores, também foi uma decisão política, porque o presidente deste país, Hugo Chávez teve e sustenta sérias divergências com os Estados Unidos.
Como resultado, em 2005 e 2007, a Venezuela e a Rússia firmaram uma série de acordos para o fornecimento de armamentos, a instrução de militares venezuelanos e a organização e manutenção técnica do armamento russo adquirido por Caracas.Entre os armamentos que interessaram a Venezuela cabe destacar os caças Su-30, helicópteros de combate, fuzis automáticos Kalashnikov e sistemas de defesa aérea.O exemplo da Venezuela foi contagioso. Gigantes da região como a Argentina e o Brasil também optaram por ativar a cooperação militar com a Rússia. Durante a visita à Rússia a ministra de Defesa da Argentina Nilda Garré, em outubro de 2006 o governo argentino expressou interesse pelos sistemas russos de defesa aérea, equipamentos de controle de tráfico aéreo e helicópteros. O Brasil está interessado em caças e submarinos de fabricação russa.Um passo para aplainar a cooperação técnico-militar entre a Rússia e o Brasil foi a visita que em abril passado realizou a este país o Secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Valentín Sóbolev.Durante a visita Rússia e Brasil firmaram um acordo de cooperação técnico-militar que permitirá a este país sul-americano obter acesso a tecnologias russas modernas no campo aeroespacial, concretamente, as relacionadas com a fabricação de caças de quinta geração.Os planos do Brasil de incorporar à sua Armada submarinos com propulsão nuclear também supõe interesse nas respectivas tecnologias, como pode apreciar-se no exemplo da cooperação com a Índia. A Rússia pode compartilhar com o Brasil este tipo de informação. Além disso, a Rússia planeja fornecer ao Brasil modernos caças russos de quarta geração 4++, como os Su-35.Os fatores que movem estes países na cooperação com a Rússia têm implicações políticas, sendo mais exatos, se alinham na aspiração de atenuar a influência monopolista dos Estados Unidos na América Latina.Deste ponto de vista, ante os planos de criar uma “OTAN latino-americana”, a aquisição de armamentos russos alinha-se como uma ótima opção. Para a Rússia, esta evolução dos acontecimentos é positiva em todos os sentidos.
No plano econômico, a Rússia aumenta a exportação de produtos com alto conteúdo tecnológico e no político, poderia ter novos aliados.No plano diplomático, a aquisição de armamentos russos e a presença nos países da região de instrutores e assessores russos aumentará a autoridade e influência da Rússia na região e também em todo o mundo.
Vladimir İliç Lenin
http://br.youtube.com/watch?v=I360u9ZnQKQ&feature=related
0 Comments:
Post a Comment
<< Home