*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Monday, June 30, 2008

Os Chicago Boys de Obama 30/06/08 por Naomi Klein.para mim obama sempre foi patético e fantoche.

Barack Obama esperou apenas três dias depois da saída de Hillary Clinton da corrida à candidatura democrática para declarar, na CNBC: "Olhe, eu sou uma pessoa favorável ao crescimento, ao livre-mercado. Adoro o mercado."Para demonstrar que não se tratou de um mero floreio de Primavera, nomeou Jason Furman, de 37 anos, para chefiar a sua equipa de política económica. Furman é um dos mais importantes defensores da Wal-Mart, ungindo a empresa como uma "história moderna de sucesso". Durante a campanha, Obama criticava Clinton por fazer parte do conselho de administração da Wal-Mart e prometeu: "Não faço compras lá." Para Furman, contudo, são os críticos da Wal-Mart a verdadeira ameaça: os "esforços para que a Wal-Mart eleve os salários e benefícios" estão a criar "danos colaterais" que são "demasiado grandes e que prejudicam os trabalhadores e a economia de forma demasiado ampla para que eu me sente preguiçosamente e cante 'Kum-Ba-Ya' [canção espiritual dos anos 1930] nos interesses da harmonia progressista".Os amores de Obama pelos mercados e o desejo de "mudança" não são inerentemente incompatíveis. "O mercado saiu do equilíbrio", diz, e o mais certo é que tenha mesmo. Muitos remontam este profundo desequilíbrio às ideias de Milton Friedman, que desencadeou, do seu poleiro no departamento de economia da Universidade de Chicago, uma contra-revolução contra o New Deal. E aqui surgem mais problemas, porque Obama - que ensinou direito na Universidade de Chicago durante uma década - está profundamente entranhado pela tendência conhecida como Escola de Chicago.
Obama escolheu como principal conselheiro económico Austan Goolsbee, economista da Universidade de Chicago do lado esquerdo de um espectro que se detém no centro-direita. Goolsbee, diferente dos seus colegas mais friedmanistas, vê a desigualdade como um problema. Mas a sua primeira solução é mais educação - uma linha que também é seguida por Alan Greenspan. Na sua cidade natal, Goolsbee tem ligado avidamente Obama à Escola de Chicago. "Se olharmos para a sua plataforma, para os seus conselheiros, para o seu temperamento, o homem tem um saudável respeito pelos mercados", disse à revista Chicago. Está no ethos da [Universidade de Chicago], o que é algo diferente de dizer que ele é laissez-faire."Outro dos fãs é o bilionário Kenneth Griffin, de 39 anos, CEO do fundo especulativo Citadel Investment Group. Griffin, que doou a Obama o máximo valor permitido, é uma espécie de poster de uma economia desequilibrada. Ele casou em Versailles e deu o copo-de-água no local de férias de Marie Antoinette (com actuação do Cirque du Soleil) - e é um dos mais convictos a opor-se a pôr fim às brechas legislativas que favorecem os fundos especulativos. Enquanto Obama fala sobre endurecer as regras comerciais com a China, Griffin tem contornado as poucas barreiras que existem. Apesar das sanções que proíbem a venda de equipamento de polícia à China, o Citadel despejou dinheiro em controversas empresas chinesas de segurança que estão a submeter a população local a níveis sem precedentes de vigilância.Agora é o momento de nos preocuparmos com os Chicago Boys de Obama e o seu compromisso de desviar as tentativas sérias de regulação. Foi nos dois meses e meio que separaram a vitória eleitoral de 1992 e a posse, que Bill Clinton fez uma viragem de 180 graus na economia. Tinha feito a campanha a prometer a revisão do Nafta, adoptando medidas trabalhistas e ambientais e investindo em programas sociais. Mas duas semanas antes da posse, encontrou-se com Robert Rubin, então chefe da Goldman Sachs, que o convenceu da urgência de abraçar a austeridade e mais liberalização. Rubin disse à PBS: "Na verdade, o presidente Clinton tomou a decisão antes de entrar na Sala Oval, durante a transição, no que foi uma mudança dramática na política económica."Furman, um dos principais discípulos de Rubin, foi escolhido para dirigir o Projecto Hamilton da Brookings Institution, o think tank que Rubin ajudou a fundar para defender a reforma, e não o abandono da agenda de livre-comércio. Juntem a isso a reunião de Fevereiro de Goolsbee com funcionários do consulado canadiano, que deixou a impressão de que tinham recebido instruções para não levar a sério a campanha anti-Nafta de Obama, e há todos os motivos para o receio de que ocorra uma repetição de 1993.A ironia é que não há absolutamente nenhuma razão para este retrocesso. O movimento desencadeado por Friedman, introduzido por Reagan e fortificado por Clinton, enfrenta uma profunda crise de legitimidade em todo o mundo. Em nenhum lugar isto é mais evidente que na própria Universidade de Chicago. Em meados de Maio, quando o presidente da Universidade, Robert Zimmer, anunciou a criação dum Instituto Milton Friedman, de 200 milhões de dólares, um centro de investigação económica virado para a continuação e a ampliação do legado de Friedman, explodiu a controvérsia. Mais de 100 membros do corpo docente assinaram uma carta de protesto. "Os efeitos da ordem global neoliberal que foi instalada nas décadas recentes, fortemente sustentada pela Escola de Economia de Chicago, não foi de forma alguma inequivocamente positivo", declarava a carta. "Muitos argumentariam que foram negativos para grande parte da população mundial."
Quando Friedman morreu, em 2006, estas corajosas críticas ao seu legado ficaram largamente ausentes. Os memoriais afectuosos só falaram de grandes feitos, com uma das mais importantes avaliações publicada no New York Times - escrita por Austan Goolsbee. Mas hoje, apenas dois anos depois, o nome de Friedman é visto como um débito, mesmo na sua própria alma mater. Então, por que Obama escolheu este momento, quando caíram todas as ilusões de consenso, para abraçar a antiquada Chicago?
As notícias não são todas más. Furman afirma que vai usar o saber de dois economistas keynesianos: Jared Bernstein, do Instituto de Política Económica, e James Galbraith, filho do némesis de Friedman, John Kenneth Galbraith. A "nossa crise económica actual", disse Obama recentemente, não veio do nada. É a "conclusão lógica de uma filosofia cansada e equivocada que dominou Washington por demasiado tempo".
É mais que verdade. Mas antes que Obama possa limpar Washington do flagelo do friedmanismo, também tem de fazer alguma limpeza na sua própria casa.

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