explode a luta dos anarquistas em atenas,grécia.02/02/08
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http://br.youtube.com/watch?v=SB-Usn_i5N0
http://www.megatv.com/gegonota/
É provavelmente certo dizer que o movimento anarquista grego seja um dos mais insurrecionários do mundo, e em comparação, outros movimentos regionais parecem quase que reformistas e liberais. Isto faz sentido por diversas razões: primeira, a palavra "anarquista" é uma palavra Grega, e certamente, o desejo por uma liberdade verdadeira parece profundamente enraizado no sangue grego. A Grécia é também o berço da "democracia" e do estado moderno, os quais tem historicamente mostrado ser dois das mais efetivas formas de controle social planejados. Adicionalmente, as origens da tecnototalidade monolítica a qual chamamos civilização ocidental pode ter o seu passado traçado na Grécia, portanto, parece ser natural que um forte movimento de resistência possa erguer-se por lá, para manter o equilíbrio harmônico da força da vida (chaos). A atmosfera política na Grécia, como na maioria dos países europeus, é bem diferente dos Estados Unidos (e obviamente do Brasil, N.T.).
Os Gregos possuem tantas gostos políticos quanto você pode nomear , incluindo anarquistas, teocracistas, estalinistas, social democratas e fascistas. É que a apatia social e o individualismo auto-centrado os quais são tão penetrantes em nossa cultura de "não-cultura" é rara na Grécia, onde você é esperado em escolher os lados e possuir algum tipo de identidade política. A ordem dominante na Grécia é bem advertida quanto ao anarquismo, e parece ser um grande perigo ao seu poder. O movimento hoje na Grécia é poderoso em Atenas e em Tessalônica, onde o anarquismo é centrado ao redor de numerosas ocupações (squats) bem estabelecidas usadas como centros sociais, uma em Tessalônica, e três em Atenas (obviamente, é um pouco simplificado dizer que o movimento é centrado ao redor desses espaços físicos: servem meramente como valiosos espaços organizativos. Se o movimento fosse realmente centralizado, ele não existiria agora). Três estações de radio alternativas estão atualmente em operação na Grécia. Literatura anarquista é fácil de achar na Grécia. Livros e panfletos do cânone histórico de escritores anarquistas (Kropotkin, Berkman, Malatesta) são publicados por muitos das inúmeras pequenas editoras independentes na Grécia e vendidos pelas ruas de todo o país. Existe uma superabundância de materiais anarquistas e "quase-anarquistas" sendo regularmente publicados na Grécia; listarei apenas alguns: Exe´yersi (insurreição) é um pequeno jornal de inclinação anarco-sindicalista que é atualmente pró-violência revolucionária. Ekto´s No´m (fora da lei) da cidade de Tessalônica, é uma publicação anarquista mensal mais heterogênea. Alpha, é um semanal já de longa circulação, e "Pirate´s tis Imiseli´nu ( os piratas da meia Lua) é uma revista mensal de influência situacionista (os escritos dos situacionistas, especialmente de Guy Debord, são muito populares em circulos socialistas e anarquistas na Grécia. Após se suicidar em dezembro de 1994, "Adio, Guy Debord" foram pichados por toda Atenas
A ênfase da luta na Grécia é definitivamente na luta de classes e social, porém, existe também um crescente reconhecimento da tecnologia e da civilização como instrumentos da opressão de classes. Historicamente, os anarquistas gregos tiveram seu apogeu durante a resistência contra a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Milhares de anarquistas membros da coalizão de esquerda EAM-ELAS (libertação popular nacional armada), a qual era estabelecida principalmente nas pequenas e grandes cidades. Os alemães nunca foram capazes de controlar interiormente a Grécia, e se contentaram simplesmente em manter uma linha de suplementos para as tropas na África do Norte. A EAM-ELAS teve um notável sucesso militar em interromper as operações alemãs, a mais famosa delas foi a explosão do viaduto ferroviário em Gorgopotamos. O movimento que começou a se desenvolver na década de 1970 continua aumentando hoje, foi fortemente influenciado pelo autonomismo alemão e italiano, sem mencionar a mística luta armada do grupo Baader-Meinhof e células armadas da Alemanha ocidental, e foi também formado em 1973 pela insurreição contra o regime militar que controlava a Grécia. Os grupos de ataques anarquistas formados em Atenas na década de 1980, especializados em destruir carros policiais em grande escala com bombas de gasolina. Em 17 de novembro de 1985, quando a violência policial caçou anarquistas pelo tradicional reduto anarquista na área de Exarchia. Uma luta feroz tomou conta do lugar, resultando num tiro pelas costas sofrido por um anarquista de 15 anos, Michalis Kaltzas, atingido por policiais. Esta faísca contribuiu para a batalha e ocupação da Universidade de Química e depois a de Politécnica, revoltas e manifestações em muitas outras cidades. Neste ponto uma nova onda de repressão começou: anarquistas presos e brutalmente agredidos, casas vasculhadas, todos que pareciam "diferentes" foram violentamente detidos durante a varredura policial pelas ruas. Ao mesmo tempo, fez surgir o desenvolvimento de grupos armados anarquistas que acarretaram vários assaltos a banco e confrontos armados com a polícia. Por exemplo, o Grupo "Luta Anti-Estado" atiraram mortalmente contra um promotor público de Atenas em retaliação as severas sentenças dadas aos anarquistas. Numa subseqüente troca de tiros com a polícia, em maio de 1985, na qual três policiais foram mortos, o anarquista Christos Tsoutosouvis foi morto. A Princípio, 1998 foi um ano inflamável para o estado grego, com cerca de 70 incêndios causados por diversos grupos anarquistas. Vários incidentes, como a prisão de Nikos Maziots e a decisão governamental relativa a setores econômicos, trabalhistas e educacionais causaram diversos distúrbios noturnos. O "partido do coquetel" começou abruptamente depois da manhã do dia 13 de janeiro, quando Nikos Maziots, uma anarquista de 27 anos, foi preso em sua casa próxima de Atenas. Três armas, dez quilos de explosivos, detonadores e projéteis foram achados em sua casa. numa outra operação em outras nove casas em Atenas, mais 15 pessoas foram presas. A operação policial foi apresentada como um grande golpe contra os grupos gregos armados, Maziotis originalmente foi relacionado ao "Luta Popular Armada", um grupo armado com uma longa história de ataques com bombas e assassinatos, o qual estava inativo desde 1995, e o novo "Formação Guerrilha Militante", um grupo que tem reivindicado responsabilidade por severas explosões causadas nos dois anos anteriores. O atentado a bomba pelo qual Maziotis eventualmente foi responsabilizado ocorreu no Ministério da Indústria e Desenvolvimento, no dia 6 de dezembro de 1997. A bomba, que foi colocada na entrada do prédio, não explodiu devido a um erro de montagem. Um investigação policial achou impressões digitais de Maziotis na bomba.
Um grupo autodenominado "guerrilha urbana anarquista" reivindicou a responsabilidade pela ação, em apoio aos aldeões em Halkidiki, norte da Grécia, que eram contra a instalação próxima de suas vilas de uma unidade de processamento de ouro pertencente a corporação multinacional TVX Gold. Após achar as impressões digitais de Maziotis,a polícia colocou Maziotis sob vigilância, na esperança de achar mais evidências criminais. A polícia escolheu fazer a prisão três dias depois de dois ataques a bombas contra um departamento de impostos e o centro de processamento dados do Ministério das Finanças. No dia 13 de fevereiro, um extenso manifesto escrito por Maziotis foi publicado num jornal diário da Grécia, no qual ele declarou: " Sou um anarquista e meu propósito é a destruição completa do estado e do regime capitalista, e a sua substituição por comunas anti-autoritárias. A única obrigação que aceitarei é a atividade subversiva. a qual eu honro. Se liberdade é um crime, para os olhos do meu inimigo, em seus olhos, eu aceito que sou um criminoso." Ele, então, continuou a elucidar a diferença entre os três tipos de violência política: terrorismo estatal (o mais comum e bem organizado), terrorismo revolucionário ( aplicadas por grupos Marxistas e Stalinistas que reproduzem em sua organização hierárquica as estruturas do estado) e violência libertadora. Ações em solidariedade a Nikos Maziotis começaram imediatamente depois de sua prisão. Em 27 de janeiro, um grupo auto-denomindado "Guerra Revolucionária" queimou dois carros pertencentes ao Ministério dos Serviços públicos. "Liberdade para Nikos Maziotis e para todos os reféns do estado", disse o grupo por telefone a um jornal de Atenas. Dois dias depois, Os "incendiários de consciência" tomaram responsabilidade pelo incêndio de 40 carros entre 6 de junho e 25 de janeiro. Eles anunciaram que queimaram apenas carros selecionados, pertencentes a polícia, grandes empresas, diplomatas, etc. A mensagem terminou com as palavras: " Ódio - Violência - Vingança. Execute sua porção de violência. Paz no Mar Egeu, guerra em todos os subúrbios. Liberdade para N. Maziotis, S. Dapergolas, R. Kalaremas, G. Viassopolous e a todos os prisioneiros. Saudações revolucionárias para todos os descontentes". Também em 1998, a estratégia de queimar carros pertencentes a políticos, diplomatas e outros servidores do estado, começaram a ganhar popularidade entre os anarco-insurrecionalistas. Isto começou no dia 25 de janeiro quando dois carros pertencentes ao embaixador da Itália em Atenas foram queimados. Em março, a "patrulha anarquista na estrada" assumiu responsabilidade pelo ataque incendiário a dois carros pertencentes ao Secretário do planejamento e serviço público. No final do ano, mais de 200 carros foram incendiados em ataques semelhantes. Este método de operação tem continuado até os dias de hoje na Grécia. Lado a lado continuou as revoltas e confrontos em manifestações (mais notavelmente os levantes anti-Clinton em 1999), onde bancos, escritórios do governo, lojas de carros e hotéis luxuosos foram apedrejados e queimados, e a presença de 30 grupos anarquistas armados, os quais atiraram molotovs e bombas ao redor de Atenas. O movimento anarquista grego não teme em confrontar o poder de frente, e não gastaria seu tempo colocando como alvo o tangencial, fontes indiretas de opressão. Ao invés disso, o que é mais comumente atacado são propriedade estatais, escritórios governamentais, agências coletoras de impostos, vários apêndices da maquina de guerra, bancos e carros luxuosos pertencentes a oficiais do governo e membros da classe dominante. De fato, você pode dizer que queimar bancos, carros luxuosos e outros símbolos da decadência burguesa se tornou um passatempo recreativo para os anarquistas gregos. Uma critica que tenho ouvido sobre o movimento na Grécia ( de alguém que tem vivido por lá e esteve fora a maior parte do tempo) é que a militância e intensidade das batalhas leva a um número de incêndios precipitados, e conseqüentemente a composição demográfica do movimento na Grécia - em termos de idade - é geralmente entre 17-25 anos. Porém, isto é eventualmente algo muito bom, para manter a resistência fluida e vigorosa, as táticas permanecem valentes e audaciosas, e o movimento permanece unido com a necessidade, a fúria e a claridade da genuína revolta da juventude.
Nós temos muito que aprender com a situação na Grécia, mas é de vital importância que não vivamos nossos sonhos de modo vicarial pelas bravas ações de nossos irmãos e irmãs gregos. corajosas ações de nossos irmãos e irmãs gregos. Melhor, nós podemos aplicar suas táticas e estratégias aqui, na barriga da besta, onde definitivamente precisamos intensificar nossa resistência. De qualquer maneira, com analises suficientes, ficamos agora com algumas ações recentes ... O que esta impresso abaixo é apenas uma pequena amostra de algumas das ações que ocorreu na Grécia em 2001. Longe de ser completa, esta pequena lista pode dar ao leitor uma boa idéia de como a revolução anarquista tem sido travada na Grécia. 4 de abril de 2001: Caixas automáticas dos bancos ABN AmbroBank e HSBC foram incendiados em Holargos. O grupo "Anarhikes Omades Epithesis" reivindicou a responsabilidade do ataque como "boas vindas a conferência organizada pela revista Economist, em ocasião da visita de bush a Atenas." 22-23 de julho, 2001: Ocorreram seis ataques incendiários separados durantes estes dois dias, todos em solidariedade ao anarquista italiano Carlo Giuliano, morto em Gênova - aqui estão três ações que descobrimos e não colocamos nas edições anteriores da Green Anarchy: No centro de Atenas quatro carros luxuosos pertencentes a empresa de telefonia foram incendiados. Em Galatsi, no subúrbio de Atenas, um carro pertencente a embaixada italiana foi incêndiado. Em A.Paraskevi, subúrbio de Atenas, uma agência da multinacional italiana FIAT foi incendiada. Na mesma área, uma agência da Alfa Romeu também foi incendiada. A responsabilidade foi assumida pelo grupo "Pagosmiopiepleneni Antistasi", através de um telefonema a um jornal dizendo: "em honra a morte de Gênova, solidariedade aos batalhadores". Em adição a estes ataques, a entrada do escritório central do PASOK (partido governista), em Atenas, foi incendiada. A responsabilidade depois foi assumida pelo grupo "Omada Anarchikon", "Esta é a maneira que reagimos a morte de Carlo Giulliani em Gênova" 25 de julho, 2001: Um escritório do "Alpha Bank" em Petralona foi incêndiado. Nenhum grupo assumiu responsabilidade por esta ação. Na mesma noite, na cidade de Volos, um atentado incendiário foi feito contra um escritório do "Commercial Bank". A responsabilidade por este ataque foi assumida pelo grupo " autonomous action", anunciando: A luta contra o estado, em todas as formas continua, a polícia foi condenada em Gênova." 27 de julho, 2001: A entrada dos escritórios de PASOK na cidade de Koukaki foram incendiadas. Nenhum grupo reivindicou o ataque. 17 de novembro, 2001, Marcha anarquista em memória as vitimas da ditadura militar: Atenas: Confronto entre anarquistas e a polícia O tumulto entre a polícia e os manifestantes anarquistas eclodiu em 17 de Novembro em Atenas seguido de uma marcha na embaixada dos Estados Unidos para lembrar o aniversário de uma revolta estudantil em 1973 que ajudou a derrubar os ditadores militares da Grécia. Cerca de 10.000 pessoas participaram da marcha anual em memória aos estudantes assassinados em 1973, durante uma revolta que resultou na derrota do governo militar. ( pelo menos 23 pessoas morreram e centenas foram presas em 1973 , quando tanques e soldados invadiram o campus da Universidade Politécnica. O número de mortos nunca foi oficialmente estabelecido e algumas fontes defendem que o número seja muito maior.). A marcha de 2001, liderada pelo Partido Comunista Grego - foi rapidamente tomada pelos grupos anarquistas locais, que lançaram pedras e madeiras contra centenas de policiais que estavam dentro da Embaixada Americana. Os Manifestantes também queimaram a bandeira Norte-Americana e cantaram slogans contra as ações militares no Afeganistão. A embaixada Americana foi o alvo da marcha, devido o apoio do Estados Unidos a junta militar que tomou o poder em 1967. Numa marcha paralela, na cidade de Tessalônica, um grupo de pessoas atacaram bancos e prédios governamentais. 11-12 de janeiro, 2002: Manifestação anarquista na Escola Politécnica: Atenas: Grupos anarquistas organizaram uma manifestação na Escola politécnica de Atenas. O objetivo da manifestação era demonstrar uma posição contrária as novas leis anti-"terroristas", contra a repressão estatal, e a guerra imperialista no Afeganistão. Anarquistas e outros radicais marcharam em direção a escola com faixas onde diziam: "manifestação de resistência e solidariedade", "contra o roubo de nossas vidas - solidariedade a insurreição Argentina", "Somos todos estrangeiros e informados", e "Policiais - porcos - assassinos" , Enquanto isso, brochuras anarquistas e panfletos eram distribuídos para o publico Durante a tarde, um vídeo foi exibido na calçada da escola, sobre o grupo alemão de guerrilha urbana, the Red Army Faction (grupo extinto). Os protestos acabaram em musica e dança, cerca de 300 pessoas participaram no primeiro dia de protesto. No dia seguinte cerca de 800 pessoas se reuniram em frente a escola com uma faixa com os dizeres: "onde quer que a ordem e a segurança exista - isto cheira a carne humana sabotada para o consentimento social". Devido a massiva presença policial, os manifestantes escolheram vestir roupas de autodefesa ao marchar pelas redondezas da escola cantando a luta de classes, solidariedade com a insurreição social na Argentina, solidariedade aos imigrantes e contra a repressão estatal. A manifestação terminou pacificamente na entrada da escola politécnica. A meia-noite, radicais anônimos armados com pedras e molotovs, atacaram uma viatura policial próxima a sede do PASOK (partido governista). Na mesma noite, em Tessalônica, ativistas encapuzados atiraram coquetéis molotov contra um banco.
Iniciei meus contatos com o movimento anarquista grego por volta de 1990, e sempre quando chegava um "paquete", ficava surpreso e "maravilhado" com as notícias e a dimensão da "violência" e das atividades anárquicas naquele país. Dizia pra mim mesmo: "pô, esses anarquistas são "malucos", olha só o quê os caras fizeram!". E foi exatamente nesta última década, que a Grécia explodiu, literalmente, em agitação social, protagonizada, principalmente, por estudantes e anarquistas. Com o Estado reagindo às manifestações daquele jeito: prisões, repressão, muita violência e passando por cima de diversos direitos fundamentais. Contudo, os insurgentes respondiam com uma "violência" proporcional. As ruas da Grécia foram, e são cenário de verdadeiras batalhas campais, entre manifestantes e a famigerada polícia. E para não fugir a regra, compas gregos denunciam que, em certas ocasiões, os policiais contavam com a colaboração de elementos comunistas e da extrema direita na repressão. É impossível, num artigo, revelar todo este fervilhar rebelde na Grécia. Mas que esta pequena crônica, a seguir, sirva para que o leitor e leitora tenham uma rápida idéia do panorama social neste país. O CASO MAZIOTIS Em 1989, os habitantes de cincos povoados do Golfo de Strymonikos, no norte da Grécia, iniciaram uma luta contra a instalação de uma indústria canadense de extração de ouro, a multinacional "TVX Gold", projeto muito agressivo ao meio ambiente. Durante sua instalação, os protestos duraram anos, até exacerbar-se em 1996. Em 9 de novembro do ano seguinte, os antidistúrbios fracassaram na tentativa de dissolver uma manifestação contra essa multinacional; vários veículos da empresa, incluindo algumas perfuradoras, foram queimadas pelos manifestantes. O governo respondeu editando uma lei militar na região, e realizando numerosas detenções sob a acusação de terrorismo. O Movimento Libertário grego reagiu com uma intensa campanha de solidariedade: manifestações, cartazes, panfletos, passeatas e, por último, a bomba que o anarquista Nikos Maziotis colocou num edifício do Ministério do Desenvolvimento, motivo por que ainda continua na prisão. Nikos já havia estado preso anteriormente. Em 1991, foi preso por se recusar a fazer o serviço militar (lá o SM é obrigatório). Foi liberado depois de uma greve de fome. Em agosto de 1994, foi detido junto com outros 51 anarquistas pela ocupação da Escola Econômica de Atenas, em solidariedade com dois presos anarquistas em greve de fome: Odiseas Katguris e Yorgos Malazas. Em novembro de 1995, foi preso novamente por participar na sublevação do Politécnico ateniense, símbolo da resistência social desde os anos setenta, quando foi cenário da revolta estudantil contra a chamada ditadura dos coronéis; esta última ocupação, todavia, foi feita em solidariedade com os presos libertários: Costas Kalarema, Spiros Dapergolas, Odiseas Kaburis e Kristoforos Marinos, e o insubmisso Nikos Karanicas e outros detidos por quatro dias em Salonica. CONTRA A REFORMA EDUCATIVA A Lei da Reforma Educativa provocou numerosos e graves conflitos sociais nos últimos anos na Grécia. O anarquismo grego centrou suas críticas contra essa reforma no fato de que, em linhas gerais, essa proposta serviria para modelar alguns alunos, que deveriam se transformar em trabalhadores superespecializados e submissos. Tratava-se, portanto, de uma lei feita para as necessidades e demandas empresariais, e não educacionais. Assim, se fomentava legalmente a superespecialização, contra os conhecimentos gerais; era criado, a reboque, mecanismos legais que permitiriam a privatização dos serviços de ensino e a orientação para critérios comerciais. Um panorama muito similar ao de muitos outros paises europeus, e até do Brasil. Em princípios de 1998 foi criada na Grécia um comitê aberto de alunos e de professores interinos e desempregados, para abrir um diálogo com a sociedade sobre a necessidade e possibilidade de construir outro tipo de escola. Já em junho deste ano eram registrados sérios enfrentamentos com a polícia em todo país. O anarquista Bassilis Evanguelidis foi preso durante uma manifestação, mas solto após uma greve de fome. Entre novembro de 98 e fevereiro de 99, aconteceram sucessivas mobilizações contra a reforma: manifestações, ocupações de escolas (mais de 400), bloqueios de estradas, barricadas urbanas, ataques a agências bancárias etc. Em Atenas foi mobilizada 15000 pessoas durante uma concentração em frente ao Parlamento, foram jogados vários coquetéis molotov contra o edíficio. Outras cidades como Salonica (a segunda na Grécia) e Patra, também foram palcos de diferentes atos de protesto. Cabe destacar que, durante essas campanhas contra a Reforma Educativa, que o Partido Comunista Grego (PCG), tentou capitalizar e canalizar para si esta luta. Os anarquistas denunciaram repetidas vezes que alguns militantes do PCG colaboravam estreitamente com a polícia. Por último, merece um comentário à parte, a safadeza da grande imprensa para colocar como culpados pela agitação social a juventude selvagem libertária. A grande imprensa fede em qualquer lugar.
VÁRIOS CONFLITOS Essa juventude selvagem protagonizou freqüentes episódios na recente história da Grécia rebelde. Há que se acrescentar às campanhas contra a exploração aurífera do Golfo de Strymonikos e da Reforma Educativa, outras lutas pontuais, de maior ou menor envergadura. Em junho de 1994, o ultradireitista francês, Jean Marie Le Pen visitou o país convidado pelos fascistas gregos. Vários anarquistas e antifascistas tomaram o Politécnico ateniense em protesto pela presença do facha. Em resposta a esta ocupação, policiais e fascistas atacaram os ocupas com uma violência inusitada. A imprensa nunca chamou os fascistas de violentos, e, sim, de "cidadãos furiosos". Em novembro de 94, realizou-se uma detenção preventiva de ocupas e anarquistas, usando uma lei da época da ditadura. Diante da tomada do Politécnico, policiais e fascistas repetiram a aliança na desocupação. Abril de 95, dois ocupas anarquistas são apunhalados por um direitista durante uma manifestação. É convocada outra manifestação para queimar o local do grupo fascista "Alba de Ouro". Paralelamente, se ocupam as escolas de Ciências Políticas e de Economia de Atenas. Em novembro de 95, Salonica acolhe uma manifestação em solidariedade com quatro anarquistas em greve de fome, e com o insubmisso Nikos Karanicas, onde termina com vários incidentes. Numerosas bandeiras gregas foram queimadas. Em Atenas, o Politécnico é ocupado, e no despejo mais de 522 anarquistas são presos. Uma repressão desta dimensão nunca se tinha visto na cidade desde o tempo da ditadura dos coronéis. Entre março e maio de 99, durante a guerra da Yugoslavia, diversos incidentes aconteceram nos protestos contra a ativa colaboração do governo grego com as forças européias. O PCG repete o brilhante papel que protagonizou durante a campanha contra a Reforma Educativa. Por outro lado, em Atenas, ardiam 89 bancos e numerosas repartições públicas. Em novembro de 99, o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, visita o país. Mais uma vez Atenas é virada de pernas para o ar. Bancos e prédios do governo são incendiados, lojas e carros de luxo destruídos, ministros são atacados. O ano de 1999 foi muito ruim para o Estado grego, porque a resistência aumentou, apesar das ações repressivas do governo. 2000, A LUTA NÃO PÁRA Estamos em 2000, entre janeiro e abril, a Grécia passa por um período de campanha eleitoral. Em 9 de abril, é realizada as eleições gerais, mais de 27% dos eleitores não participam do pleito (lá o voto também é obrigatório). Muitas atividades abstencionistas acontecem por todo o país. Nesta mesma época, diversas mobilizações são organizadas contra a Reforma Educativa. O governo pede socorro aos jovens comunistas, para que esses controlem o "problema", façam o papel de bombeiros mais uma vez. Em Atenas, na escola Politécnica, dois anarquistas são presos, P. Katsilas e K. Karpoulos, liberados após uma greve de fome. Entre maio e junho, o Estado grego se prepara para disputar a sede dos Jogos Olímpicos de 2004. Mais revolta da população, a Grécia arde novamente. A Grécia é escolhida como sede para os jogos de 2004. Especialmente depois da visita do ex-presidente norte-americano, Bill Clinton, o Estado grego endureceu suas leis. É criada uma Lei Antiterrorista, novos mecanismos de repressão foram implementados, como câmeras de vídeo nas ruas e pontos estratégicos das principais cidades, o número de policiais cresce, mais de 50.000 policiais foram incorporados, e até 2004, ano que acontecerá os Jogos Olímpicos, mais 50.000 serão contratados. Ao mesmo tempo, já foi iniciado naquele país uma verdadeira "caça às bruxas", com a polícia procurando e pretendo "suspeitos" de serem terroristas. Em 6 de setembro, uma sede do Partido Comunista Grego (PCG), localizada no subúrbio de Atenas, é incendiada. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, fato muito comum na Grécia. Em protesto contra a problemática dos imigrantes, embaixadas como a da Turquia e da Alemanha são atacadas com bombas incendiárias, carros de diplomatas também são queimados. Dezenas de atentados contra multinacionais e grandes empresas gregas acontecem, na maioria das vezes nenhum grupo assumiu os ataques. No mês de setembro, dia 9, a Rádio Municipal de Atenas, é ocupada por um grupo de anarquistas durante 15 minutos. Uma carta é lida no ar, pedindo a libertação de S. Seisidis e N. Maziotis. Ainda em setembro, 15 anarquistas ocupam a sede da Anistia Internacional, em Atenas, em solidariedade aos detidos durante os protestos em Praga, no S26. Em dezembro, no dia 3, anarquistas ocupam a Rádio Atlantis, no subúrbio de Atenas. Em 20 minutos é lida uma carta em solidariedade ao anarquista S. Seisidis. Já no dia 13, em Salonica, é ocupada outra rádio, desta vez a Rádio Observer. Textos com mensagens de solidariedade aos presos anarquistas, Mitropetros, Seisidis, Maziotis, Lesperoglou e aos imigrantes turcos em greve de fome é pronunciado. O ano de 2000 foi marcado por todas estas manifestações, abordadas aqui superficialmente, e muitas outras, que por problemas de espaço ficaram de fora.
2001... Evidentemente, que toda esta agitação não desapareceu da noite para o dia, e no ano de 2001, as atividades insurgentes na Grécia continuaram... Em 8 de março deste ano, três artefatos explosivos de fabricação caseira foram colocados em dois bancos e numa emissora de TV, em Salonica. Poucas horas depois a polícia grega deteve como possíveis autores dois anarquistas, T. Fourlis e T. Ginalas, que vieram somar a imensa lista de companheiros anarquistas que estão sendo alvos de uma dura repressão naquele país. A prisão dos dois foi justificada pelo fato de que alguns policiais os "reconheceram" por estarem caminhando perto do lugar do atentado. Aproveitando a prisão, e como vem sendo feito sistematicamente, desde que foi criada a nova Lei Antiterrorista, os esbirros aproveitaram para pegar com violência mechas de cabelos dos dois, a fim de serem usadas como mostras de DNA. Esta tática de incriminação está sendo utilizada pela polícia ante a debilidade do Estado para encontrar colaboração junto aos cidadãos gregos. Paro por aqui, mas seguirei informando sobre as atividades insurgentes na Grécia, em particular, as protagonizadas pelos anarquistas. Afinal, parafraseando um amigo espanhol, Black Darkness, estamos ao lado daqueles que resistiram e resistem dentro e fora das prisões, e dos isolamentos do mundo. E para que outros rebeldes continuem lutando e vivendo contra este sistema de pensamento único, canalha, carregamos em nossos corações amor revolucionário, que criará, um dia, muita confusão aos nossos inimigos e nos fará muito mais livres!!! Mais info do Anarquismo na Grécia: www.geocities.com/an_pare E-mail: news_a@yahoo.com Anarchist Intervention P.O.Box 30557 100033 Athens Greece
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http://www.megatv.com/gegonota/
É provavelmente certo dizer que o movimento anarquista grego seja um dos mais insurrecionários do mundo, e em comparação, outros movimentos regionais parecem quase que reformistas e liberais. Isto faz sentido por diversas razões: primeira, a palavra "anarquista" é uma palavra Grega, e certamente, o desejo por uma liberdade verdadeira parece profundamente enraizado no sangue grego. A Grécia é também o berço da "democracia" e do estado moderno, os quais tem historicamente mostrado ser dois das mais efetivas formas de controle social planejados. Adicionalmente, as origens da tecnototalidade monolítica a qual chamamos civilização ocidental pode ter o seu passado traçado na Grécia, portanto, parece ser natural que um forte movimento de resistência possa erguer-se por lá, para manter o equilíbrio harmônico da força da vida (chaos). A atmosfera política na Grécia, como na maioria dos países europeus, é bem diferente dos Estados Unidos (e obviamente do Brasil, N.T.).
Os Gregos possuem tantas gostos políticos quanto você pode nomear , incluindo anarquistas, teocracistas, estalinistas, social democratas e fascistas. É que a apatia social e o individualismo auto-centrado os quais são tão penetrantes em nossa cultura de "não-cultura" é rara na Grécia, onde você é esperado em escolher os lados e possuir algum tipo de identidade política. A ordem dominante na Grécia é bem advertida quanto ao anarquismo, e parece ser um grande perigo ao seu poder. O movimento hoje na Grécia é poderoso em Atenas e em Tessalônica, onde o anarquismo é centrado ao redor de numerosas ocupações (squats) bem estabelecidas usadas como centros sociais, uma em Tessalônica, e três em Atenas (obviamente, é um pouco simplificado dizer que o movimento é centrado ao redor desses espaços físicos: servem meramente como valiosos espaços organizativos. Se o movimento fosse realmente centralizado, ele não existiria agora). Três estações de radio alternativas estão atualmente em operação na Grécia. Literatura anarquista é fácil de achar na Grécia. Livros e panfletos do cânone histórico de escritores anarquistas (Kropotkin, Berkman, Malatesta) são publicados por muitos das inúmeras pequenas editoras independentes na Grécia e vendidos pelas ruas de todo o país. Existe uma superabundância de materiais anarquistas e "quase-anarquistas" sendo regularmente publicados na Grécia; listarei apenas alguns: Exe´yersi (insurreição) é um pequeno jornal de inclinação anarco-sindicalista que é atualmente pró-violência revolucionária. Ekto´s No´m (fora da lei) da cidade de Tessalônica, é uma publicação anarquista mensal mais heterogênea. Alpha, é um semanal já de longa circulação, e "Pirate´s tis Imiseli´nu ( os piratas da meia Lua) é uma revista mensal de influência situacionista (os escritos dos situacionistas, especialmente de Guy Debord, são muito populares em circulos socialistas e anarquistas na Grécia. Após se suicidar em dezembro de 1994, "Adio, Guy Debord" foram pichados por toda Atenas
A ênfase da luta na Grécia é definitivamente na luta de classes e social, porém, existe também um crescente reconhecimento da tecnologia e da civilização como instrumentos da opressão de classes. Historicamente, os anarquistas gregos tiveram seu apogeu durante a resistência contra a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Milhares de anarquistas membros da coalizão de esquerda EAM-ELAS (libertação popular nacional armada), a qual era estabelecida principalmente nas pequenas e grandes cidades. Os alemães nunca foram capazes de controlar interiormente a Grécia, e se contentaram simplesmente em manter uma linha de suplementos para as tropas na África do Norte. A EAM-ELAS teve um notável sucesso militar em interromper as operações alemãs, a mais famosa delas foi a explosão do viaduto ferroviário em Gorgopotamos. O movimento que começou a se desenvolver na década de 1970 continua aumentando hoje, foi fortemente influenciado pelo autonomismo alemão e italiano, sem mencionar a mística luta armada do grupo Baader-Meinhof e células armadas da Alemanha ocidental, e foi também formado em 1973 pela insurreição contra o regime militar que controlava a Grécia. Os grupos de ataques anarquistas formados em Atenas na década de 1980, especializados em destruir carros policiais em grande escala com bombas de gasolina. Em 17 de novembro de 1985, quando a violência policial caçou anarquistas pelo tradicional reduto anarquista na área de Exarchia. Uma luta feroz tomou conta do lugar, resultando num tiro pelas costas sofrido por um anarquista de 15 anos, Michalis Kaltzas, atingido por policiais. Esta faísca contribuiu para a batalha e ocupação da Universidade de Química e depois a de Politécnica, revoltas e manifestações em muitas outras cidades. Neste ponto uma nova onda de repressão começou: anarquistas presos e brutalmente agredidos, casas vasculhadas, todos que pareciam "diferentes" foram violentamente detidos durante a varredura policial pelas ruas. Ao mesmo tempo, fez surgir o desenvolvimento de grupos armados anarquistas que acarretaram vários assaltos a banco e confrontos armados com a polícia. Por exemplo, o Grupo "Luta Anti-Estado" atiraram mortalmente contra um promotor público de Atenas em retaliação as severas sentenças dadas aos anarquistas. Numa subseqüente troca de tiros com a polícia, em maio de 1985, na qual três policiais foram mortos, o anarquista Christos Tsoutosouvis foi morto. A Princípio, 1998 foi um ano inflamável para o estado grego, com cerca de 70 incêndios causados por diversos grupos anarquistas. Vários incidentes, como a prisão de Nikos Maziots e a decisão governamental relativa a setores econômicos, trabalhistas e educacionais causaram diversos distúrbios noturnos. O "partido do coquetel" começou abruptamente depois da manhã do dia 13 de janeiro, quando Nikos Maziots, uma anarquista de 27 anos, foi preso em sua casa próxima de Atenas. Três armas, dez quilos de explosivos, detonadores e projéteis foram achados em sua casa. numa outra operação em outras nove casas em Atenas, mais 15 pessoas foram presas. A operação policial foi apresentada como um grande golpe contra os grupos gregos armados, Maziotis originalmente foi relacionado ao "Luta Popular Armada", um grupo armado com uma longa história de ataques com bombas e assassinatos, o qual estava inativo desde 1995, e o novo "Formação Guerrilha Militante", um grupo que tem reivindicado responsabilidade por severas explosões causadas nos dois anos anteriores. O atentado a bomba pelo qual Maziotis eventualmente foi responsabilizado ocorreu no Ministério da Indústria e Desenvolvimento, no dia 6 de dezembro de 1997. A bomba, que foi colocada na entrada do prédio, não explodiu devido a um erro de montagem. Um investigação policial achou impressões digitais de Maziotis na bomba.
Um grupo autodenominado "guerrilha urbana anarquista" reivindicou a responsabilidade pela ação, em apoio aos aldeões em Halkidiki, norte da Grécia, que eram contra a instalação próxima de suas vilas de uma unidade de processamento de ouro pertencente a corporação multinacional TVX Gold. Após achar as impressões digitais de Maziotis,a polícia colocou Maziotis sob vigilância, na esperança de achar mais evidências criminais. A polícia escolheu fazer a prisão três dias depois de dois ataques a bombas contra um departamento de impostos e o centro de processamento dados do Ministério das Finanças. No dia 13 de fevereiro, um extenso manifesto escrito por Maziotis foi publicado num jornal diário da Grécia, no qual ele declarou: " Sou um anarquista e meu propósito é a destruição completa do estado e do regime capitalista, e a sua substituição por comunas anti-autoritárias. A única obrigação que aceitarei é a atividade subversiva. a qual eu honro. Se liberdade é um crime, para os olhos do meu inimigo, em seus olhos, eu aceito que sou um criminoso." Ele, então, continuou a elucidar a diferença entre os três tipos de violência política: terrorismo estatal (o mais comum e bem organizado), terrorismo revolucionário ( aplicadas por grupos Marxistas e Stalinistas que reproduzem em sua organização hierárquica as estruturas do estado) e violência libertadora. Ações em solidariedade a Nikos Maziotis começaram imediatamente depois de sua prisão. Em 27 de janeiro, um grupo auto-denomindado "Guerra Revolucionária" queimou dois carros pertencentes ao Ministério dos Serviços públicos. "Liberdade para Nikos Maziotis e para todos os reféns do estado", disse o grupo por telefone a um jornal de Atenas. Dois dias depois, Os "incendiários de consciência" tomaram responsabilidade pelo incêndio de 40 carros entre 6 de junho e 25 de janeiro. Eles anunciaram que queimaram apenas carros selecionados, pertencentes a polícia, grandes empresas, diplomatas, etc. A mensagem terminou com as palavras: " Ódio - Violência - Vingança. Execute sua porção de violência. Paz no Mar Egeu, guerra em todos os subúrbios. Liberdade para N. Maziotis, S. Dapergolas, R. Kalaremas, G. Viassopolous e a todos os prisioneiros. Saudações revolucionárias para todos os descontentes". Também em 1998, a estratégia de queimar carros pertencentes a políticos, diplomatas e outros servidores do estado, começaram a ganhar popularidade entre os anarco-insurrecionalistas. Isto começou no dia 25 de janeiro quando dois carros pertencentes ao embaixador da Itália em Atenas foram queimados. Em março, a "patrulha anarquista na estrada" assumiu responsabilidade pelo ataque incendiário a dois carros pertencentes ao Secretário do planejamento e serviço público. No final do ano, mais de 200 carros foram incendiados em ataques semelhantes. Este método de operação tem continuado até os dias de hoje na Grécia. Lado a lado continuou as revoltas e confrontos em manifestações (mais notavelmente os levantes anti-Clinton em 1999), onde bancos, escritórios do governo, lojas de carros e hotéis luxuosos foram apedrejados e queimados, e a presença de 30 grupos anarquistas armados, os quais atiraram molotovs e bombas ao redor de Atenas. O movimento anarquista grego não teme em confrontar o poder de frente, e não gastaria seu tempo colocando como alvo o tangencial, fontes indiretas de opressão. Ao invés disso, o que é mais comumente atacado são propriedade estatais, escritórios governamentais, agências coletoras de impostos, vários apêndices da maquina de guerra, bancos e carros luxuosos pertencentes a oficiais do governo e membros da classe dominante. De fato, você pode dizer que queimar bancos, carros luxuosos e outros símbolos da decadência burguesa se tornou um passatempo recreativo para os anarquistas gregos. Uma critica que tenho ouvido sobre o movimento na Grécia ( de alguém que tem vivido por lá e esteve fora a maior parte do tempo) é que a militância e intensidade das batalhas leva a um número de incêndios precipitados, e conseqüentemente a composição demográfica do movimento na Grécia - em termos de idade - é geralmente entre 17-25 anos. Porém, isto é eventualmente algo muito bom, para manter a resistência fluida e vigorosa, as táticas permanecem valentes e audaciosas, e o movimento permanece unido com a necessidade, a fúria e a claridade da genuína revolta da juventude.
Nós temos muito que aprender com a situação na Grécia, mas é de vital importância que não vivamos nossos sonhos de modo vicarial pelas bravas ações de nossos irmãos e irmãs gregos. corajosas ações de nossos irmãos e irmãs gregos. Melhor, nós podemos aplicar suas táticas e estratégias aqui, na barriga da besta, onde definitivamente precisamos intensificar nossa resistência. De qualquer maneira, com analises suficientes, ficamos agora com algumas ações recentes ... O que esta impresso abaixo é apenas uma pequena amostra de algumas das ações que ocorreu na Grécia em 2001. Longe de ser completa, esta pequena lista pode dar ao leitor uma boa idéia de como a revolução anarquista tem sido travada na Grécia. 4 de abril de 2001: Caixas automáticas dos bancos ABN AmbroBank e HSBC foram incendiados em Holargos. O grupo "Anarhikes Omades Epithesis" reivindicou a responsabilidade do ataque como "boas vindas a conferência organizada pela revista Economist, em ocasião da visita de bush a Atenas." 22-23 de julho, 2001: Ocorreram seis ataques incendiários separados durantes estes dois dias, todos em solidariedade ao anarquista italiano Carlo Giuliano, morto em Gênova - aqui estão três ações que descobrimos e não colocamos nas edições anteriores da Green Anarchy: No centro de Atenas quatro carros luxuosos pertencentes a empresa de telefonia foram incendiados. Em Galatsi, no subúrbio de Atenas, um carro pertencente a embaixada italiana foi incêndiado. Em A.Paraskevi, subúrbio de Atenas, uma agência da multinacional italiana FIAT foi incendiada. Na mesma área, uma agência da Alfa Romeu também foi incendiada. A responsabilidade foi assumida pelo grupo "Pagosmiopiepleneni Antistasi", através de um telefonema a um jornal dizendo: "em honra a morte de Gênova, solidariedade aos batalhadores". Em adição a estes ataques, a entrada do escritório central do PASOK (partido governista), em Atenas, foi incendiada. A responsabilidade depois foi assumida pelo grupo "Omada Anarchikon", "Esta é a maneira que reagimos a morte de Carlo Giulliani em Gênova" 25 de julho, 2001: Um escritório do "Alpha Bank" em Petralona foi incêndiado. Nenhum grupo assumiu responsabilidade por esta ação. Na mesma noite, na cidade de Volos, um atentado incendiário foi feito contra um escritório do "Commercial Bank". A responsabilidade por este ataque foi assumida pelo grupo " autonomous action", anunciando: A luta contra o estado, em todas as formas continua, a polícia foi condenada em Gênova." 27 de julho, 2001: A entrada dos escritórios de PASOK na cidade de Koukaki foram incendiadas. Nenhum grupo reivindicou o ataque. 17 de novembro, 2001, Marcha anarquista em memória as vitimas da ditadura militar: Atenas: Confronto entre anarquistas e a polícia O tumulto entre a polícia e os manifestantes anarquistas eclodiu em 17 de Novembro em Atenas seguido de uma marcha na embaixada dos Estados Unidos para lembrar o aniversário de uma revolta estudantil em 1973 que ajudou a derrubar os ditadores militares da Grécia. Cerca de 10.000 pessoas participaram da marcha anual em memória aos estudantes assassinados em 1973, durante uma revolta que resultou na derrota do governo militar. ( pelo menos 23 pessoas morreram e centenas foram presas em 1973 , quando tanques e soldados invadiram o campus da Universidade Politécnica. O número de mortos nunca foi oficialmente estabelecido e algumas fontes defendem que o número seja muito maior.). A marcha de 2001, liderada pelo Partido Comunista Grego - foi rapidamente tomada pelos grupos anarquistas locais, que lançaram pedras e madeiras contra centenas de policiais que estavam dentro da Embaixada Americana. Os Manifestantes também queimaram a bandeira Norte-Americana e cantaram slogans contra as ações militares no Afeganistão. A embaixada Americana foi o alvo da marcha, devido o apoio do Estados Unidos a junta militar que tomou o poder em 1967. Numa marcha paralela, na cidade de Tessalônica, um grupo de pessoas atacaram bancos e prédios governamentais. 11-12 de janeiro, 2002: Manifestação anarquista na Escola Politécnica: Atenas: Grupos anarquistas organizaram uma manifestação na Escola politécnica de Atenas. O objetivo da manifestação era demonstrar uma posição contrária as novas leis anti-"terroristas", contra a repressão estatal, e a guerra imperialista no Afeganistão. Anarquistas e outros radicais marcharam em direção a escola com faixas onde diziam: "manifestação de resistência e solidariedade", "contra o roubo de nossas vidas - solidariedade a insurreição Argentina", "Somos todos estrangeiros e informados", e "Policiais - porcos - assassinos" , Enquanto isso, brochuras anarquistas e panfletos eram distribuídos para o publico Durante a tarde, um vídeo foi exibido na calçada da escola, sobre o grupo alemão de guerrilha urbana, the Red Army Faction (grupo extinto). Os protestos acabaram em musica e dança, cerca de 300 pessoas participaram no primeiro dia de protesto. No dia seguinte cerca de 800 pessoas se reuniram em frente a escola com uma faixa com os dizeres: "onde quer que a ordem e a segurança exista - isto cheira a carne humana sabotada para o consentimento social". Devido a massiva presença policial, os manifestantes escolheram vestir roupas de autodefesa ao marchar pelas redondezas da escola cantando a luta de classes, solidariedade com a insurreição social na Argentina, solidariedade aos imigrantes e contra a repressão estatal. A manifestação terminou pacificamente na entrada da escola politécnica. A meia-noite, radicais anônimos armados com pedras e molotovs, atacaram uma viatura policial próxima a sede do PASOK (partido governista). Na mesma noite, em Tessalônica, ativistas encapuzados atiraram coquetéis molotov contra um banco.
Iniciei meus contatos com o movimento anarquista grego por volta de 1990, e sempre quando chegava um "paquete", ficava surpreso e "maravilhado" com as notícias e a dimensão da "violência" e das atividades anárquicas naquele país. Dizia pra mim mesmo: "pô, esses anarquistas são "malucos", olha só o quê os caras fizeram!". E foi exatamente nesta última década, que a Grécia explodiu, literalmente, em agitação social, protagonizada, principalmente, por estudantes e anarquistas. Com o Estado reagindo às manifestações daquele jeito: prisões, repressão, muita violência e passando por cima de diversos direitos fundamentais. Contudo, os insurgentes respondiam com uma "violência" proporcional. As ruas da Grécia foram, e são cenário de verdadeiras batalhas campais, entre manifestantes e a famigerada polícia. E para não fugir a regra, compas gregos denunciam que, em certas ocasiões, os policiais contavam com a colaboração de elementos comunistas e da extrema direita na repressão. É impossível, num artigo, revelar todo este fervilhar rebelde na Grécia. Mas que esta pequena crônica, a seguir, sirva para que o leitor e leitora tenham uma rápida idéia do panorama social neste país. O CASO MAZIOTIS Em 1989, os habitantes de cincos povoados do Golfo de Strymonikos, no norte da Grécia, iniciaram uma luta contra a instalação de uma indústria canadense de extração de ouro, a multinacional "TVX Gold", projeto muito agressivo ao meio ambiente. Durante sua instalação, os protestos duraram anos, até exacerbar-se em 1996. Em 9 de novembro do ano seguinte, os antidistúrbios fracassaram na tentativa de dissolver uma manifestação contra essa multinacional; vários veículos da empresa, incluindo algumas perfuradoras, foram queimadas pelos manifestantes. O governo respondeu editando uma lei militar na região, e realizando numerosas detenções sob a acusação de terrorismo. O Movimento Libertário grego reagiu com uma intensa campanha de solidariedade: manifestações, cartazes, panfletos, passeatas e, por último, a bomba que o anarquista Nikos Maziotis colocou num edifício do Ministério do Desenvolvimento, motivo por que ainda continua na prisão. Nikos já havia estado preso anteriormente. Em 1991, foi preso por se recusar a fazer o serviço militar (lá o SM é obrigatório). Foi liberado depois de uma greve de fome. Em agosto de 1994, foi detido junto com outros 51 anarquistas pela ocupação da Escola Econômica de Atenas, em solidariedade com dois presos anarquistas em greve de fome: Odiseas Katguris e Yorgos Malazas. Em novembro de 1995, foi preso novamente por participar na sublevação do Politécnico ateniense, símbolo da resistência social desde os anos setenta, quando foi cenário da revolta estudantil contra a chamada ditadura dos coronéis; esta última ocupação, todavia, foi feita em solidariedade com os presos libertários: Costas Kalarema, Spiros Dapergolas, Odiseas Kaburis e Kristoforos Marinos, e o insubmisso Nikos Karanicas e outros detidos por quatro dias em Salonica. CONTRA A REFORMA EDUCATIVA A Lei da Reforma Educativa provocou numerosos e graves conflitos sociais nos últimos anos na Grécia. O anarquismo grego centrou suas críticas contra essa reforma no fato de que, em linhas gerais, essa proposta serviria para modelar alguns alunos, que deveriam se transformar em trabalhadores superespecializados e submissos. Tratava-se, portanto, de uma lei feita para as necessidades e demandas empresariais, e não educacionais. Assim, se fomentava legalmente a superespecialização, contra os conhecimentos gerais; era criado, a reboque, mecanismos legais que permitiriam a privatização dos serviços de ensino e a orientação para critérios comerciais. Um panorama muito similar ao de muitos outros paises europeus, e até do Brasil. Em princípios de 1998 foi criada na Grécia um comitê aberto de alunos e de professores interinos e desempregados, para abrir um diálogo com a sociedade sobre a necessidade e possibilidade de construir outro tipo de escola. Já em junho deste ano eram registrados sérios enfrentamentos com a polícia em todo país. O anarquista Bassilis Evanguelidis foi preso durante uma manifestação, mas solto após uma greve de fome. Entre novembro de 98 e fevereiro de 99, aconteceram sucessivas mobilizações contra a reforma: manifestações, ocupações de escolas (mais de 400), bloqueios de estradas, barricadas urbanas, ataques a agências bancárias etc. Em Atenas foi mobilizada 15000 pessoas durante uma concentração em frente ao Parlamento, foram jogados vários coquetéis molotov contra o edíficio. Outras cidades como Salonica (a segunda na Grécia) e Patra, também foram palcos de diferentes atos de protesto. Cabe destacar que, durante essas campanhas contra a Reforma Educativa, que o Partido Comunista Grego (PCG), tentou capitalizar e canalizar para si esta luta. Os anarquistas denunciaram repetidas vezes que alguns militantes do PCG colaboravam estreitamente com a polícia. Por último, merece um comentário à parte, a safadeza da grande imprensa para colocar como culpados pela agitação social a juventude selvagem libertária. A grande imprensa fede em qualquer lugar.
VÁRIOS CONFLITOS Essa juventude selvagem protagonizou freqüentes episódios na recente história da Grécia rebelde. Há que se acrescentar às campanhas contra a exploração aurífera do Golfo de Strymonikos e da Reforma Educativa, outras lutas pontuais, de maior ou menor envergadura. Em junho de 1994, o ultradireitista francês, Jean Marie Le Pen visitou o país convidado pelos fascistas gregos. Vários anarquistas e antifascistas tomaram o Politécnico ateniense em protesto pela presença do facha. Em resposta a esta ocupação, policiais e fascistas atacaram os ocupas com uma violência inusitada. A imprensa nunca chamou os fascistas de violentos, e, sim, de "cidadãos furiosos". Em novembro de 94, realizou-se uma detenção preventiva de ocupas e anarquistas, usando uma lei da época da ditadura. Diante da tomada do Politécnico, policiais e fascistas repetiram a aliança na desocupação. Abril de 95, dois ocupas anarquistas são apunhalados por um direitista durante uma manifestação. É convocada outra manifestação para queimar o local do grupo fascista "Alba de Ouro". Paralelamente, se ocupam as escolas de Ciências Políticas e de Economia de Atenas. Em novembro de 95, Salonica acolhe uma manifestação em solidariedade com quatro anarquistas em greve de fome, e com o insubmisso Nikos Karanicas, onde termina com vários incidentes. Numerosas bandeiras gregas foram queimadas. Em Atenas, o Politécnico é ocupado, e no despejo mais de 522 anarquistas são presos. Uma repressão desta dimensão nunca se tinha visto na cidade desde o tempo da ditadura dos coronéis. Entre março e maio de 99, durante a guerra da Yugoslavia, diversos incidentes aconteceram nos protestos contra a ativa colaboração do governo grego com as forças européias. O PCG repete o brilhante papel que protagonizou durante a campanha contra a Reforma Educativa. Por outro lado, em Atenas, ardiam 89 bancos e numerosas repartições públicas. Em novembro de 99, o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, visita o país. Mais uma vez Atenas é virada de pernas para o ar. Bancos e prédios do governo são incendiados, lojas e carros de luxo destruídos, ministros são atacados. O ano de 1999 foi muito ruim para o Estado grego, porque a resistência aumentou, apesar das ações repressivas do governo. 2000, A LUTA NÃO PÁRA Estamos em 2000, entre janeiro e abril, a Grécia passa por um período de campanha eleitoral. Em 9 de abril, é realizada as eleições gerais, mais de 27% dos eleitores não participam do pleito (lá o voto também é obrigatório). Muitas atividades abstencionistas acontecem por todo o país. Nesta mesma época, diversas mobilizações são organizadas contra a Reforma Educativa. O governo pede socorro aos jovens comunistas, para que esses controlem o "problema", façam o papel de bombeiros mais uma vez. Em Atenas, na escola Politécnica, dois anarquistas são presos, P. Katsilas e K. Karpoulos, liberados após uma greve de fome. Entre maio e junho, o Estado grego se prepara para disputar a sede dos Jogos Olímpicos de 2004. Mais revolta da população, a Grécia arde novamente. A Grécia é escolhida como sede para os jogos de 2004. Especialmente depois da visita do ex-presidente norte-americano, Bill Clinton, o Estado grego endureceu suas leis. É criada uma Lei Antiterrorista, novos mecanismos de repressão foram implementados, como câmeras de vídeo nas ruas e pontos estratégicos das principais cidades, o número de policiais cresce, mais de 50.000 policiais foram incorporados, e até 2004, ano que acontecerá os Jogos Olímpicos, mais 50.000 serão contratados. Ao mesmo tempo, já foi iniciado naquele país uma verdadeira "caça às bruxas", com a polícia procurando e pretendo "suspeitos" de serem terroristas. Em 6 de setembro, uma sede do Partido Comunista Grego (PCG), localizada no subúrbio de Atenas, é incendiada. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, fato muito comum na Grécia. Em protesto contra a problemática dos imigrantes, embaixadas como a da Turquia e da Alemanha são atacadas com bombas incendiárias, carros de diplomatas também são queimados. Dezenas de atentados contra multinacionais e grandes empresas gregas acontecem, na maioria das vezes nenhum grupo assumiu os ataques. No mês de setembro, dia 9, a Rádio Municipal de Atenas, é ocupada por um grupo de anarquistas durante 15 minutos. Uma carta é lida no ar, pedindo a libertação de S. Seisidis e N. Maziotis. Ainda em setembro, 15 anarquistas ocupam a sede da Anistia Internacional, em Atenas, em solidariedade aos detidos durante os protestos em Praga, no S26. Em dezembro, no dia 3, anarquistas ocupam a Rádio Atlantis, no subúrbio de Atenas. Em 20 minutos é lida uma carta em solidariedade ao anarquista S. Seisidis. Já no dia 13, em Salonica, é ocupada outra rádio, desta vez a Rádio Observer. Textos com mensagens de solidariedade aos presos anarquistas, Mitropetros, Seisidis, Maziotis, Lesperoglou e aos imigrantes turcos em greve de fome é pronunciado. O ano de 2000 foi marcado por todas estas manifestações, abordadas aqui superficialmente, e muitas outras, que por problemas de espaço ficaram de fora.
2001... Evidentemente, que toda esta agitação não desapareceu da noite para o dia, e no ano de 2001, as atividades insurgentes na Grécia continuaram... Em 8 de março deste ano, três artefatos explosivos de fabricação caseira foram colocados em dois bancos e numa emissora de TV, em Salonica. Poucas horas depois a polícia grega deteve como possíveis autores dois anarquistas, T. Fourlis e T. Ginalas, que vieram somar a imensa lista de companheiros anarquistas que estão sendo alvos de uma dura repressão naquele país. A prisão dos dois foi justificada pelo fato de que alguns policiais os "reconheceram" por estarem caminhando perto do lugar do atentado. Aproveitando a prisão, e como vem sendo feito sistematicamente, desde que foi criada a nova Lei Antiterrorista, os esbirros aproveitaram para pegar com violência mechas de cabelos dos dois, a fim de serem usadas como mostras de DNA. Esta tática de incriminação está sendo utilizada pela polícia ante a debilidade do Estado para encontrar colaboração junto aos cidadãos gregos. Paro por aqui, mas seguirei informando sobre as atividades insurgentes na Grécia, em particular, as protagonizadas pelos anarquistas. Afinal, parafraseando um amigo espanhol, Black Darkness, estamos ao lado daqueles que resistiram e resistem dentro e fora das prisões, e dos isolamentos do mundo. E para que outros rebeldes continuem lutando e vivendo contra este sistema de pensamento único, canalha, carregamos em nossos corações amor revolucionário, que criará, um dia, muita confusão aos nossos inimigos e nos fará muito mais livres!!! Mais info do Anarquismo na Grécia: www.geocities.com/an_pare E-mail: news_a@yahoo.com Anarchist Intervention P.O.Box 30557 100033 Athens Greece
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