EUA e Rússia sem consenso em política de defesa e segurança 06/04/08

O documento ressalta que os confrontos da época da Guerra Fria já estão superados há muito tempo. Ambos os lados se comprometeram a uma "parceria estratégica". Em Sotchi, Bush também se encontrou com o sucessor de Putin, Dimitri Medvedev.Quanto ao plano norte-americano de instalar um sistema de defesa antimísseis na Europa Central, Putin expressou um "otimismo cauteloso". Ele continua discordando da técnica de defesa planejada pela Polônia e pela República Tcheca. "Não houve nenhum avanço nos principais impasses", resumiu Putin seu encontro com Bush.Da declaração assinada por ambos os chefes de governo consta que Moscou reconhece o empenho de Washington em atenuar a apreensão russa em relação ao planejado escudo antimísseis. Ambos os países pretendem intensificar as negociações nesse sentido. Nos últimos meses, as divergências russo-americanas em assuntos de segurança e de direitos humanos vieram à tona reiteradas vezes.O tom do encontro em Sotchi foi amigável. O presidente norte-americano, no poder até janeiro da 2009, se referiu ao futuro chefe de governo russo como uma "pessoa sensata e direta". Medvedev, por sua vez, declarou prioritária a relação de seu país com os EUA.Putin voltou a exigir que Washington planeje com a Rússia, "sobre um fundamento democrático", um sistema global de defesa antiaérea. Bush não se pronunciou sobre a proposta de Moscou, enfatizando apenas que o escudo antimísseis não estaria direcionado contra a Rússia e seria construído com toda transparência perante o Kremlin.Outro ponto da declaração assinada por Bush e Putin em Sotchi é o compromisso de enfrentar junto com outros países os desafios do século 21. Entre os problemas prioritários estariam o terrorismo internacional, o combate contra tráfico de entorpecentes e a proliferação de armas de extermínio de massa.Os Estados Unidos também se comprometeram a buscar junto com a Rússia uma solução para o impasse do programa nuclear do Irã. Bush endossou o fornecimento de bastões de combustível nuclear russos para a primeira usina nuclear iraniana, sob condição de que seja para fins pacíficos.
Quanto ao desarmamento, Bush e Putin anunciaram negociações sobre a continuidade do Tratado sobre Forças Convencionais na Europa, do qual a Rússia se excluiu no ano passado. Ambos asseguraram a intenção continuar reduzindo seu arsenal de armas nucleares.
Moscou reiterou sua resistência contra o ingresso a curto prazo da Ucrânia e Geórgia, ex-repúblicas soviéticas, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Para Putin, essa ainda é uma estratégia da época da Guerra Fria. Durante a recém-encerrada cúpula da Otan em Bucareste, Putin já havia protestado contra os planos de expansão da aliança.

Segundo o Ministério da Defesa de Moscou, a desobrigação russa de cumprir o tratado não implica a automática mobilização de forças para a fronteira oeste do país. A moratória é, no entanto, "o último sinal à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para a modernização e ratificação" do documento, escreveu a agência russa de notícias Interfax, reportando-se a um funcionário do ministério.Putin ameaçou com a moratória no primeiro semestre do ano, por discordar dos planos norte-americanos de um sistema de defesa antimísseis no centro da Europa. Como motivo oficial para a suspensão do tratado, Moscou alega a falta de ratificação das modificações pós-1999 no Tratado de Armas Convencionais pelos países-membros da Otan. O Ocidente condiciona esta ratificação à retirada das tropas russas das antigas repúblicas soviéticas Moldávia e Geórgia. (rw)



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