Ciclone no Myanmar:A hostilidade americana entrava os socorros 17/05/08

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O gasoduto da Chevron mantém o regime da Birmânia vivo:A imagem era surpreendente: dezenas de milhares de monges budistas, com as suas vestes cor de açafrão, manifestando-se pelas ruas de Rangún [também conhecida por Yangón], protestando contra a ditadura militar da Birmânia. Os monges manifestaram-se em frente à casa da vencedora do Prémio Nobel, Aung San Suu Kyi, que foi possível ver a chorar e a rezar em silêncio, enquanto eles passavam. Não era vista há anos. Líder birmanesa democraticamente eleita, Suu Kyi tem estado em prisão domiciliária desde 2003. É considerada a Nelson Mandela da Birmânia, a nação do sudeste asiático rebaptizada como Myanmar pelo regime militar.
Depois de quase duas semanas de protesto, os monges desapareceram. Os mosteiros foram esvaziados. Um relato afirma que estão presos milhares de monges no norte do país.
Ninguém acredita que seja o fim dos protestos, a que já se deu o nome de “A Revolução Açafrão”. Também não acreditam na contagem oficial de 10 mortes. O fluxo de vídeos, fotografias, e relatos orais da violência, que se difundiram através dos telemóveis e da Internet, foi amplamente silenciado pela censura imposta pelo governo. Ainda assim, o público mundial teve acesso a imagens horríveis de monges e outros activistas assassinados, e a relatos de execuções. No momento em que escrevo esta coluna, há vários relatos, ainda por confirmar, em páginas da internet de solidariedade com a Birmânia, de prisioneiros queimados vivos.O governo Bush faz notícia com o uso da sua linguagem forte contra o regime birmanês. O Presidente Bush declarou, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, que as sanções vão aumentar. A Primeira Dama, Laura Bush, tem feito talvez as declarações mais duras. Explicando que tem um primo que é activista pela Birmânia, Laura Bush declarou: “Os actos deploráveis de violência que estão a ser perpetrados contra os monges budistas e os manifestantes pacíficos birmaneses, são uma vergonha para o regime militar.”A Secretária de Estado, Condoleezza Rice, disse na reunião da Associação dos Países do Sudeste Asiático: “Os Estados Unidos estão decididos a dirigir o foco internacional para a farsa que está a acontecer.” Dirigir a atenção internacional é essencial, mas isso não deve distrair a nossa atenção sobre um dos mais poderosos apoiantes da junta militar, um apoiante que está aqui muito mais perto. Rice conhece-o bem: a Chevron.

Grupos de direitos humanos um pouco por todo mundo, apelaram a um dia de acção no sábado, dia 6 de Outubro, em solidariedade com o povo da Birmânia. Tal como os valentes activistas e ‘cidadãos-jornalistas’ que enviam notícias e fotografias para fora do país, os organizadores das manifestações de 6 de Outubro, estão a usar a internet para montar aquela que poderá vir a ser a maior manifestação de sempre em apoio do povo birmanês. Entre as exigências estão apelos para que as empresas deixem de negociar com o regime brutal da Birmânia.

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