*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Friday, November 23, 2007

entrevista Brian Greene 23/11/07

- Como o senhor resumiria a teoria das supercordas?Brian Greene - Ela materializa o sonho de Albert Einstein de criar uma teoria única para explicar o Universo. No século XX, a Ciência desenvolveu duas teorias que funcionam como pilares da Física. A teoria geral da relatividade, criada por Einstein, explica como a gravidade opera em grandes dimensões, em estrelas e galáxias. Já a mecânica quântica explica como as leis da Física operam no extremo oposto, nas subpartículas atômicas. Durante várias décadas, essas duas teorias só funcionavam nos próprios campos, o pequeno e o grande. Quando cientistas tentavam juntá-las - o que é indispensável, por exemplo, para entender o que se passa no centro de um buraco negro -, as equações se estilhaçavam.- Como as supercordas entram na história?Greene - Elas surgiram como uma nova e fundamental entidade, a base para tudo o que existe no Universo. Já faz algum tempo que conhecemos os átomos e também as partículas subatômicas, como os elétrons, que giram ao redor dos núcleos, e os prótons, que integram o núcleo dos átomos. Conhecemos também algumas partículas subnucleares, como os quarks, que habitam os nêutrons e prótons. Mas é aí que o conhecimento convencional empaca. A teoria das supercordas diz que existe algo menor e mais fundamental: dentro dos quarks, da mais ínfima partícula subatômica, existe um filamento de energia que vibra como as cordas de um violino. E são os diferentes padrões de vibração dessas cordas que determinam a natureza de diferentes tipos de subpartículas. Isso permitiria unificar a teoria geral da relatividade com a mecânica quântica.- Os últimos avanços na teoria das supercordas incluem um conceito altamente perturbador, a existência de 11 dimensões.Greene - Para que essa teoria possa existir, ela requer que o Universo não tenha apenas as três dimensões com que estamos habituados. Os cientistas que adotam a teoria das supercordas trabalham com a possibilidade de que o Universo tenha entre dez e 11 das chamadas dimensões de espaço-tempo. É difícil de engolir, mas é o que a teoria prevê, de maneira consistente.
- Ela também prevê universos paralelos a nossa realidade, idéia que o senhor aborda em seu novo livro, O Tecido do Cosmos.Greene - Todo o mundo enxerga claramente da direita para a esquerda, para a frente e para trás e para cima e para baixo. Cadê as outras dimensões? Uma das sugestões da teoria é que nós não conseguimos enxergá-las justamente porque precisamos da luz para ver. E pode ser que a luz seja capturada, como numa espécie de armadilha, apenas pelas três dimensões com as quais estamos acostumados. Gosto de comparar o Universo que conhecemos e enxergamos a uma fatia de pão. Mas todo o Universo, com suas realidades paralelas, poderia incluir as demais fatias de um mesmo pacote de pão de fôrma. E talvez tudo o que conhecemos e conseguimos enxergar aconteça apenas nessa nossa fatia de realidade iluminada pela luz, que não consegue viajar para as demais fatias do pacote.- Então clones de nós mesmos poderiam habitar esses universos paralelos?Greene - Sim, mas não necessariamente. É possível também que as demais fatias desse pão nem contenham vida. Oprincipal é que aquilo que durante muito tempo julgamos ser o Universo pode ser apenas um pedaço dele. - Como o senhor se sente tendo dedicado 20 anos de sua vida a essa teoria das supercordas, que ainda não tem nenhuma comprovação?Greene - É um desconforto danado! Depois de tanto tempo e esforço, quero saber a verdade. E todos nós, os cientistas especializados nesse campo, temos uma necessidade premente de poder comprová-la ou derrubá-la com experimentos físicos observáveis. Nossa esperança é que isso aconteça na próxima década.- A teoria poderia ser testada a partir de 2007, quando o maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider, ficará pronto, na Suíça. Que tipo de evidências poderia sair de lá?Greene - Existe algo chamado supersimetria, um conceito que emerge das supercordas e sugere que, para cada subpartícula atômica conhecida, haja uma subpartícula complementar, simétrica. Essas partículas ainda desconhecidas deveriam ser mais pesadas que as conhecidas, o que faz com que elas necessitem de mais energia para ser criadas. É possível que o Large Hadron Collider seja um acelerador potente o bastante para provocar colisões subatômicas suficientemente fortes para gerar tais subpartículas. Esses experimentos seriam uma evidência indireta de que estamos no caminho certo. Outra possibilidade é que as colisões entre subpartículas altamente energizadas venham a produzir o que chamamos de grávitons, pequenas partículas da força da gravidade, que teoricamente são pequenas cordas na forma de um laço, sem extremidades. Se existirem, os grávitons poderiam escapar a nossas dimensões, pertencendo a outros universos - ou a outras fatias do pão. - E se a teoria for derrubada?Greene - Em primeiro lugar, nada garante que o Hadron Collider será potente o bastante para provar ou derrubar a teoria. Há quem pense que eu me sinto feliz ou aliviado com isso, o que não é verdade. Você acha que eu quero me dedicar a uma teoria equivocada? Se ela estiver furada, quero ser o primeiro a saber! É claro que eu ficaria bastante decepcionado, porque é uma teoria maravilhosa. As idéias que ela sustenta são melhores do que qualquer coisa que temos visto em ficção científica. Mas, se ela estiver errada, vou ficar de luto por uns dois dias e então voltar a trabalhar normalmente.
- Como o senhor explica o conceito de matéria escura para o público leigo?Greene - Trata-se de um tipo de matéria que não emite luz ou não responde a ela, daí seu nome. Mas existem evidências de que há uma boa quantidade desse troço escuro espalhado pelo Universo. Ainda que não possamos ver a matéria escura através da luz, podemos observá-la pela influência gravitacional que exerce. Podemos observar objetos sensíveis à luz e que sofrem o efeito da matéria escura. Mas existem explicações alternativas para os padrões excêntricos desses objetos. Talvez o que aconteça é que nós não entendemos direito como a gravidade funciona. Mas pessoalmente eu não acredito que essas alternativas sejam convincentes. Acredito na existência da matéria escura porque ela provém de diversas fontes de evidências cosmológicas.- De que maneira descobertas científicas em Astrofísica e Cosmologia afetam a vida das pessoas?Greene - O primeiro passo para encontrar nosso lugar no Universo é conhecê-lo, saber do que é feito e de que maneira funciona.- Stephen Hawking diz que essas descobertas permitiriam à humanidade compreender a 'mente de Deus'. Mas quanto tempo será preciso para que a Ciência consiga ver a 'face de Deus' ou negar sua existência?Greene - A Ciência não tem como provar ou negar a existência de Deus. Mas tem contribuído para responder a algumas perguntas que se fazem a ele, questões sobre como o Universo se formou. A Ciência não tem nada a dizer, e jamais terá, sobre a existência ou não de um Deus por trás disso tudo. Eu me pergunto até mesmo se há alguma porta dos fundos entre o cenário e os bastidores do que chamamos Universo. Talvez o filme Matrix sirva como uma boa imagem para isso. Nele, os personagens têm o cérebro estimulado para viver uma existência comum. Como podemos saber se isso não está acontecendo conosco agora mesmo? Em minhas entranhas não acredito nisso. E elas também me dizem que Deus não existe, mas não tenho como provar. Eu me sinto feliz com um Universo sem Deus, regido apenas pelas leis da Física, porque ela é tão rica e nos possibilita compreender tanto! Acredito também no valor da vida. Nesse sentido talvez eu seja um existencialista.
- O senhor concorda com a nova posição de Hawking sobre os buracos negros? Ele diz agora que a superfície de um buraco negro deixa escapar 'informação', ou seja, matéria e energia engolidas por ele.Greene - Ainda não vi os cálculos de Hawking. Mas, durante vários anos, os especialistas em supercordas têm reunido argumentos próprios para acreditar que a informação não é perdida dentro dos buracos negros. Logo, acredito nos resultados de Hawking.- De que maneira a política interfere nas descobertas científicas de hoje, bancadas por governos de países ricos e suas universidades?Greene - De forma limitada. Nos Estados Unidos, o governo federal determina o montante total a ser investido em Ciência, mas, a partir daí, o destino final do dinheiro é decidido por um sistema de especialistas e comissões que se atêm ao mérito científico dos projetos.- O que o senhor acha do projeto do presidente Bush de enviar uma missão tripulada a Marte?Greene - A idéia das missões tripuladas é excitante para o grande público. E reconheço que é importante manter as pessoas excitadas em relação à Ciência. Mas, do ponto de vista estritamente científico, é difícil entender as justificativas para isso. Com um orçamento muito menor seria possível, por exemplo, financiar mais sondas espaciais não-tripuladas, como as que têm visitado Marte e Saturno.- Qual a importância delas?Greene - Certamente essas duas missões, especialmente a enviada a Marte, podem esclarecer mistérios sobre as condições necessárias ao desenvolvimento da vida e de que maneira o sistema solar se formou. Muito mais importantes, entretanto, são as coisas que podemos aprender e que nenhum de nós ainda conseguiu antecipar a respeito dessas duas missões. São problemas que ainda não foram sequer formulados.- O que o senhor acha de ser comparado ao cientista Carl Sagan, que nos anos 70 e 80 estrelava o seriado de TV Cosmos?Greene - Fico lisonjeado, porque cresci assistindo aos programas dele e boa parte da minha inspiração em me tornar um cientista veio do Sagan. Recebi mais de 16 mil e-mails desde que meus programas estrearam na TV. A maior parte é enviada por garotos

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