*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Thursday, May 29, 2008

entrevista Bernard-Henri Lévy 29/05/08

Como teve início sua atração por viagens e aventuras políticas?
Bernard-Henri Lévy: Desde sempre. Meu primeiro ato político e literário foi a viagem. Quando tinha 20 anos, e saí da temporada esquerdista parisiense, três anos depois de 1968, fi z uma grande viagem, parti para Bangladesh e participei da guerra de libertação de Bangladesh contra o Paquistão. Desde aquele momento houve para mim uma identidade entre escrever e viajar. Não sou um escritor sedentário. Meus dois últimos livros, sobre os Estados Unidos e sobre o jornalista Daniel Pearl, mostram isso. Ou mesmo o livro sobre Jean-Paul Sartre, que é uma viagem na cabeça de alguém. Sou um escritor viajante. Creio realmente que um intelectual não deve estar restrito às fronteiras de seu país; um homem, em geral, e um intelectual, em particularé alguém que deve se ocupar do mundo. Mesmo alguém que não escreve livros deve se ocupar do mundo.
O que mudou dos anos 70 até aqui para você e para o cenário político?
Ao menos para mim, não muita coisa. Talvez eu viva na ilusão e na fantasia, mas tenho a impressão de que sou o mesmo. Não mudei de objetivos nem de idéia sobre o que faço ou sonho, meu ideal. Luto pelas mesmas coisas, da mesma maneira e com a mesma energia. Não sei dizer se resta ainda um lugar para o intelectual engajado, porque naquelesanos 70 existia uma figura enorme nesse sentido, a figura de Sartre. Mas essa diferença seria porque ele era maior do que todos os intelectuais franceses hoje ou o espaço do intelectual era mais importante do que é neste momento? Talvez o lugar continue o mesmo, mas antes tínhamos um gigante incomparável: Sartre.Ou talvez a política esteja em um momento medíocre.Durante muito tempo a política se definia em relação à idéia de revolução. O que eram esquerda e direita? A divisão entre os que esperavam a revolução e aqueles que duvidavam dela. A novidade do momento que vivemos hoje, na maior parte do planeta, é que a idéia de revolução se apagou. Não porque pensamos que ela se tornou impossível, mas porque não é mais desejável. Uma grande maioria pensa hoje que o que esperávamos nos anos 60, 70, com a revolução, não é mais desejável.Isso significa o fim da idéia de utopia? Depende do que você entende como utopia. No seu sentido maior, utopia quer dizer desejar um mundo melhor. É claro que isso existe ainda. Os melhores entre nós continuam a desejar um mundo melhor. Isto é, melhor do que aquele que temos. Brasileiro, europeu, americano, pouco importa. O sonho de um mundo melhor é um sonho que fica. E é preciso lutar por essa idéia. Mas a utopia em um senso estrito, a de um mundo perfeito, isso não existe mais.
sua passagem pelos estados unidos mudou o modo como voçê via o país?Mudou tudo. Eu cheguei como qualquer um, como qualquer viajante, com a cabeça cheia de clichês, e essa viagem foi uma demolição de clichês, todos os dias. Cada página do livro, cada capítulo, cada vinheta é como um tiro ao pombo dos clichês. Eles se desfaziam sozinhos, que é sempre o poder das verdadeiras pesquisas, as verdadeiras viagens.Dissolver os preconceitos é uma forma de lutar contra o medo? Hoje há medo dos países árabes, dos Estados Unidos, da China.sim,há coisas das quais temos razões para ter medo, outras não; o medo não é um conceito. Não sou contra ou a favor do medo, isso depende do que falamos. Tenho medo do islamismo radical, mas não tenho medo do Islã. Tenho medo de George Bush, mas não tenho medo dos Estados Unidos. Tenho medo de Mahmoud Ahmadinejad [presidente do Irã], não do povo iraniano. Mas é preciso ter medo da China, de um regime que não respeita os diretos humanos. Não é o caso de ter medo que a China roube dos Estados Unidos a hegemonia mundial, essa não é a questão. Que o centro da história se desloque, por que não? O problema é que a China continua um país totalitário. As Olimpíadas do próximo ano na China terão como pano de fundo uma caça sem precedente aos dissidentes chineses, e nós estamos calmamente aceitando.Por que aceitamos tudo da China?O Deus do Ocidente é o comércio, o comércio antes de tudo. A grande ilusão do Ocidente é acreditar que basta fazer o comércio com uma nação totalitária para que ela se torne uma democracia. Isso não é suficiente, porque existe o comércio da política, da pressão política, da guerra das idéias. Acho que com a China temos sido tolerantes demais. Aceitamos tudo. Talvez essa seja uma grande refl exão a ser feita, sobre as relações entre democracia e guerra. As democracias têm muita difi culdade de defender pela força seus valores.

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