Ex-agente uruguaio se diz ameaçado de morte 07/05/08


Barreiro disse ainda que desde que os meios de comunicação brasileiros divulgaram as suas denúncias de que João Goulart foi envenenado, o próprio chefe de disciplina da penitenciária onde se encontra preso “tem pretendido convencer-me a que desista de sustentar minha versão”. O ex-agente de inteligência uruguaio assinalou que ainda continua vivo, “só porque ironicamente tenho recebido a proteção dos ‘bandidos’ que têm se solidarizado com minha desfavorável condição”.Depois afirmar que esperava que as autoridades brasileiras adotassem uma atitude séria para esclarecer os fatos “vejo que tudo não passa de mero formalismo e em breve as minhas valiosas informações terminarão indo junto comigo para o túmulo”. Mario Barreiro pede que seja tomado o seu depoimento antes que seja tarde. “Que estão esperando para tomar meu depoimento? Meu óbito?”, indaga.Barreiro argumenta que é inútil solicitar alguma informação à DNII que comprometa os Estados Unidos em relação à Operação Escorpião*. Segundo ele, a inteligência policial uruguaia jamais delataria os planos macabros dos EUA, sendo que este país “sustenta logística e financeiramente a Brigada de Narcóticos e suborna a uma grande maioria de policiais corruptos desse órgão”.

O ex-agente da DNII denuncia que guardas da penitenciária de Charqueada apreenderam os originais de sete volumes que escreveu contando detalhes sobre o assassinato de João Goulart. Barreiro garante que forneceria “uma cópia xerox se me houvesse sido solicitado a título de colaboração” e acrescenta: “Não entendo o motivo pela qual a autoridade prisional toma uma atitude hostil e intimidatória contra mim, sendo que me ofereci de livre e espontânea vontade a cooperar?” Ele teme que possa se perder definitivamente o material probatório apreendido. E pergunta: Por que essa censura?” .
Barreiro assegura que nem pensava publicar o que escreveu sem antes ter um aval do próprio filho de João Goulart. E finaliza a carta afirmando para João Vicente: “Sabe que não estou mentindo! Seu pai, João Goulart, foi assassinado! Estou disposto a submeter-me a todo tipo de polígrafo detector de mentiras e até avaliações psiquiátricas se for preciso. Só espero que seja antes de que algum sicário dos norte-americanos me elimine”.Na denúncia que tinha feito sobre o assassinato de João Goulart, Barreiro explicou também que o presidente teria sido envenenado quando se encontrava em uma das propriedades em Mercedes, na Argentina, com um tipo de cloreto desidratado transformado em comprimido, que acelerava a pressão sanguínea. O veneno, segundo ainda Barreiro, teria sido colocado em meio aos medicamentos de João Goulart que tinha problemas cardíacos e recebia remédios especiais vindos diretamente da França. Esse veneno acelera o fluxo sangüíneo, provocando hipertensão e posteriormente um derrame ou enfarte. Os vestígios do veneno só ficam no organismo durante 48 horas, o que se explica o fato de as autoridades na época terem proibido a autopsia.Documentos sobre João Goulart encontrados nos arquivos do extinto Serviço Nacional de Informações comprovam que havia agentes infiltrados na fazenda em Mercedes que tiveram acesso até mesmo a documentos pessoais como uma carta de Juan Domingo Perón ao ex-presidente brasileiro e a subtraíram clandestinamente. Nos arquivos, agora em poder de João Vicente, entregues a João Vicente por Dilma Rousseff, Ministra Chefe da Casa Civil, podem ser encontrados também um relato e até mesmo fotos de uma festa de aniversário, em 1975, de João Goulart, o que é uma prova concreta de que o presidente era também monitorado pelos órgãos de segurança brasileiros.

0 Comments:
Post a Comment
<< Home