*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Saturday, May 19, 2007

Contra os répteis que se arrastam em suas tocas

O filósofo alemão Peter Sloterdijk contra-ataca.Os principais jornais alemães trazem diariamente um caderno de cultura, chamado de "Feuilleton", que abre espaço à opinião de escritores, filósofos e pensadores. A palavra "Feuilleton", que vem de folhetim, sugere histórias de crimes e intrigas; mas esses suplementos desempenham um importante papel no debate político e cultural, como verdadeiros formadores de opinião pública.Foi justamente no "Feuilleton" do Frankfurter Rundschau (edição de 27/09), numa linguagem ao mesmo tempo folhetinesca, profunda e virtuose, que Sloterdijk voltou à carga, depois de sua entrevista à revista austríaca Profil (veja nosso artigo). O polêmico filósofo alemão denunciou o que ele considera a "guerra civil semântica", desencadeada pelos atentados contra as torres do WTC.Desde então, o chamado "mundo civilizado" que se autodenominou "Ocidente" tratou de elaborar um pensamento estratégico para defender uma suposta "paz interior", contra os ataques de um "exterior terrorista". O front dos democratas ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, estaria partindo para uma cruzada contra os muçulmanos, mas empunhando a bandeira que não é a dos cristãos, e sim a salpicada de estrelas cintiladas [a bandeira americana].Os dois OcidentesEntretanto, as ordens de marcha enviadas pelo comando central de Washington (como "eixo do mal", por exemplo) não estão sendo bem compreendidas na Europa, constata Sloterdijk. Isto é um indício de que o "Ocidente" é mais diversificado do que se imagina, e que este exército supostamente monolítico desintegrou-se de agora em diante em pelo menos dois: o "Primeiro Ocidente", do império americano, e o "Segundo Ocidente", da Europa que busca uma forma correspondente ao seu peso econômico.Sloterdijk voltou a defender o chanceler federal Gerhard Schröder que foi, segundo ele, o único estadista alemão a expressar claramente a não identidade dos interesses do Primeiro com o do Segundo Ocidente. A rejeição de Schröder a um ataque militar contra o Iraque foi "a mais notável declaração dos últimos tempos"; ressalta uma diferença que existe não apenas entre alemães e americanos, mas entre europeus e americanos, afirmou o filósofo.A cultura da desconfiança exacerbadaDito isso, Sloterdijk, trata de analisar as virulentas reações da mídia e dos políticos alemães à posição supostamente "anti-americana" de Schröder. Sua linguagem muda completamente: abandona as irônicas metáforas militares, que usou para caracterizar a comunicação unilateral entre os Estados Unidos e a Europa, e envereda por associações psicoanalíticas e antropomórficas, a fim de trazer à tona o inconsciente da opinião pública alemã.Sloterdijk denuncia diferentes formas de censura que se estratificaram no "plasma do sentido" do inconsciente político alemão: a censura parlamentar, a censura de dizer as coisas claramente, de articular o explícito. Em seu lugar, instalou-se a cultura da desconfiança exacerbada, dos porta-vozes da "guerra civil semântica", que nunca dizem o que pensam.
Os répteis que se banham descaradamente ao solQuem são esses fazedores de opinião que supostamente representam a alma da sociedade alemã? A resposta do filósofo não podia ser mais contundente: são os pequenos répteis que se arrastam sorrateiramente de suas tocas, para desfrutar, descaradamente, de uns poucos momentos da luz do sol.A consciência política tornou-se venenosa. Em vez de dizer as coisas claramente, adotou a postura dissimulada dos répteis, que surgem se arrastando, se infiltram no inconsciente coletivo. Temas como o antifeminismo, anti-americanismo e anti-semitismo formam a trindade tabu deste plasma clandestino. São os pseudo-intelectuais dos folhetins, e não mais os políticos, que supostamente tratam de desmascará-lo."As opiniões são para serem expressas." Quando isto não mais acontece, quando os répteis se escondem dentro de suas tocas, e só as deixam se arrastando, por alguns momentos apenas, então a guerra, com a sua capacidade de simplificar tudo, chegou de novo à cabeça dos alemães, denuncia Sloderdijk.Para os interessados na história, a tevê irá mostrar brevemente os homens ocidentais que, com a despreocupação dos criminosos, dizem exatamente o que pensam das mulheres, americanos e judeus.Sloderdijk invoca aqui o sombrio passado alemão, para lançar um sério alerta ao presente: não seria justamente este comportamento de "réptil" que levou os alemães a esconderem-se neste "plasma do inconsciente coletivo", fechando os olhos às atrocidades nazistas?

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