*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Tuesday, November 27, 2007

entrevista Richard Ellis 27/11/07

Amazon.com: Diga-nos como você se interessou pela primeira vez por biologia marinha. Você por acaso gastou muito tempo na praia quando era garoto? Ou em barcos? Richard Ellis: Eu cresci na praia em Long Island, em New York, portanto passei muito tempo na praia. Eu sabia que existiam lá fora peixes, tubarões, mães-d’água, etc., mas eu não desenvolvi um interesse profissional em biologia marinha até ter saído do Exército (no Havaí, onde também havia muitas praias) e ter ido trabalhar na Academia de Ciências Naturais (Academy of Natural Sciences) da Philadelphia. Eu era designer de exposições, e fazia um pouco de tudo, inclusive pesquisa e textos para as exposições. Amazon.com: Você sai muito em trabalhos de campo hoje, ou a maior parte do seu trabalho é feita em bibliotecas e coleções de museus? Ellis: Eu “saio a campo” atualmente, mas não da maneira que você poderia imaginar. Eu hoje sou pesquisador assistente no Museu Americano de História Natural (American Museum of Natural History), em New York, e, entre outras coisas, eu sou palestrante nas viagens que o museu chama de “Turnês de Descoberta”. Nos últimos anos, eu fui à Antártica três vezes, ao Pólo Norte, Islândia, Baixa Califórnia, Alaska, Austrália, etc., e, no mês passado, liderei uma viagem do Museu para as Ilhas Kurie, o Kamchatka as Aleutas. No ano que vem, irei para o Mar de Berings e os Pribilofs. Eu acabo vendo muito da vida marinha nestas viagens, mas a pesquisa que fiz de fato para o Aquagenesis foi conduzida em bibliotecas e online. Amazon.com: Suas maravilhosas ilustrações científicas enfeitam as páginas de Aquagenesis. Quando e como você se tornou um artista, além de um cientista? Ellis: Eu sempre ilustrei os livros que escrevi. Meu primeiro livro foi “O Livro dos Tubarões” (The Book of Sharks), publicado em 1976, e eu fiz uma série de pinturas coloridas de diversas espécies de tubarões. Para os livros “O Livro das Baleias” (The Book of Whales, 1980) e “Golfinhos e Botos” (Dolphins and Porpoises, 1982), eu fiz pinturas coloridas e também todos os desenhos em preto-e-branco que foram necessários. Sempre que eu penso que uma ilustração pode ajudar a explicar um ponto específico, ou mostrar como um animal se parece, eu faço o desenho. Em muitos dos meus livros mais recentes, como “Monstros do Mar” (Monsters of the Sea), “Imaginando Atlantis” (Imagining Atlantis) e “Em Busca da Lula Gigante” (The Search for the Giant Squid), parecia ser mais adequado usar gravuras anteriores ou fotografias de outros autores. Para minha “Enciclopédia do Mar” (Encyclopedia of the Sea, 2000), eu enlouqueci e desenhei cerca de 450 animais diferentes: tubarões, baleias, focas, leões marinhos, lulas, polvos, anêmonas marinhas, pinguins, corais, albatrozes, gaivotas, tartarugas marinhas, etc., etc. Os desenhos de Aquagenesis foram particulamente difíceis, porque muitas das criaturas extintas são conhecidas apenas pelos fósseis, e eu precisava reconstruí-las de modo que parecessem animais vivos. Amazon.com: Qual é a relevância do estudo da evolução vida marinha para os organismos terrestres? Será que a perda de biodiversidade sobre a terra também ocorre no mar? Ellis: A evolução da vida marinha está direta e inequivocamente conectada com a evolução dos animais terrestres, pois todas as criaturas terrestres podem buscar seus ancestrais nos animais marinhos. Mas Aquagenesis, além de ser um livro sobre esta seqüência evolutiva, também é sobre as impressionantes mudanças de rumo em toda a história evolucionária. Muitas criaturas, tendo abandonado a água, por assim dizer, reverteram o processo e voltaram para a água. Baleias, golfinhos, focas, manatis, pinguins, tartarugas marinhas e cobras d’água são todos descendentes de antepassados terrestres, e a sua anatomia prova isso. Há até uma teoria de que o Homo sapiens passou por uma fase aquática antes de se desenvolver como estas criaturas sensíveis e maravilhosas que somos hoje. Quanto à redução da biodiversidade, ela afeta tanto as criaturas marinhas quanto as terrestres; a única diferença é que muitas daquelas estão fora de nossa visão.
Amazon.com: Você descreve alguns fósseis, como o Dickinsonia, que ainda intriga os cientistas. Porque estes fósseis são tão difíceis de classificar? Ellis: Dickinsonia, um membro de uma fauna de 500 milhões de anos que é conhecida por Ediacaran, é apenas um dentre vários fósseis que não podem ser facilmente comparados com nada do que conhecemos hoje. Ele era algo como uma panqueca (ou um capacho), sem cabeça ou cauda, mas não era uma planta e tinha quase um metro de diâmetro. Amazon.com: Um dos mais esquisitos fósseis que me vem à mente em Aquagenesis é o Helicoprion, o tubarão com um misterioso aparelho dentário. Qual é o mais maravilhoso e estranho animal que você encontrou, extinto ou remanescentes? Ellis: Bem, o Helicoprion, com seu aparelho dentário, é um deles, mas eu acho que a criatura mais esquisita discutida em Aquagenesis é o Odobenocetops, que era um tipo de baleia com uma única presa com um metro e meio de comprimento e que apontava para trás. Era como um narval, que ainda existe hoje, mas este tem um único corno de marfim que aponta para frente. Maravilhoso e estranho são duas coisas diferentes, é claro. Pense nas modificações evolucionárias que tiveram de ocorrer em um animal terrestre, de modo que ele se tornasse um golfinho-de-nariz-de-garrafa, sem qualquer vestígio de pernas, seu orifício nasal no topo da cabeça, capaz de mergulhar a até 300 metros, e com um sistema de comunicação de áudio mais sofisticado do que qualquer coisa que os humanos tenham conseguido produzir até o momento. Amazon.com: Onde você se posiciona no feudo atual entre os teóricos evolucionistas, como tipificado na disputa entre Stephen Jay Gould e Simon Conway Morris? Por que é tão fácil os cientistas que estão em ambos os lados da discussão evolucionária cairem em pura retórica? Ellis: O assunto em questão é saber se os seres humanos teriam evoluído caso houvesse um “soluço” na fita da evolução. Ambos têm ótimos argumentos, mas o fato de que estamos aqui me faz pender para a posição do Conway Morris. Se nós não estivéssemos aqui, quero dizer, se eu fosse uma criatura que se parece com uma panqueca, digitando estas respostas em uma mãe d’água, eu estaria mais inclinado a pensar que os humanos não são o resultado inevitável de 500 milhões de anos de evolução. As discussões sobre a evolução têm acontecido desde que Darwin escreveu “A Origem das Espécies” (The Origin of Species, em 1859) e já que muitos – como eu – acham que as questões sobre de onde nós (e tudo o mais) viemos e para onde estamos indo são questões importantes, ainda ouviremos muitas discussões bem sofisticadas. Amazon.com: A vida se moveu primeiro do mar para a terra, depois fez o caminho de volta. Por exemplo, você mostra no livro que as baleias descendem de algo que se parecia muito com um lobo. Por que retornar para o mar era uma vantagem para estas espécies? Ellis: Eu não faço idéia. Perguntas do tipo “por que” em biologia são geralmente difíceis de responder, exceto em termos tautológicos; ou seja, uma chita é um corredor veloz para que possa perseguir gazelas, e gazelas são rápidas para poderem escapar das chitas. Obviamente, isso não explica “porque” as gazelas são rápidas, mas apenas descreve uma modificação que se mostrou vantajosa. Amazon.com: Em seu livro Aquagenesis, você examina algumas das controvérsias inerentes às exibições, em museus, de criaturas fósseis. Como os curadores de museus decidem como dispor os esqueletos de vertebrados extintos? Ellis: Muitos ossos fósseis têm cicatrizes nos pontos em que os músculos eram ligados e, através da comparação entre os ligamentos de músculos e ossos em animais conhecidos, podemos ter uma noção de como o animal se movimentava. Além disso, um simples análise da estrutura óssea poderá dar alguma noção de que tipo de animal era. Algo construído como um crocodilo dificilmente poderia subir em árvores, e algo que não tenha pernas – como uma cobra ou uma baleia – não seria muito bom em corridas. Amazon.com: Será que os ancestrais dos seres humanos viveram na água por algum tempo? Quais são as evidências mais convincentes a favor e contra a hipótese do macaco aquático? Ellis: A favor: ausência de pêlos, gordura subcutânea, postura ereta, bípede, cérebro grande, nadador natural, capacidade da fala. Nenhuma destas foi ainda explicada. Elas simplesmente aconteceram. Contra: nenhuma, exceto o fato de que muito poucos paleontólogos da linha dominante o reconhecem. Amazon.com: Você claramente tem os cefalópodes em boa conta, animais que muitas pessoas tratam com certo nojo, na melhor das hipóteses. Diga-nos o que há de especial com uma lula. Ellis: A lula, e seus parentes próximos, os polvos, estão entre os mais fascinantes animais na face da Terra. Eles variam de tamanho, da lula gigante de vinte metros (Architeuthis), que ninguém jamais viu ainda viva, até a lula havaiana de cauda ondulada (Euprymna), com pouco mais de um centímetro, que captura bactérias bioluminescentes que fazem com que ela se acenda. No passado, os oceanos eram dominados por cefalópodes gigantes, como as amonitas com conchas de até 2 metros de comprimento, mas todos desapareceram atualmente, e nós não sabemos o que aconteceu com eles. Da mesma maneira que 99,9% de todas as espécies que um dia viveram na Terra também estão extintas – e, exceto nos casos das espécies que foram varridas daqui por asteróides ou por nós –, nós não sabemos o que aconteceu com eles também.

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