*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

VC LEU MICHEL FOUCAULT,NÃO?ENTÃO O QUE VC ESTÁ ESPERANDO FILHO DA PUTA?ELE É A CHAVE DA EVOLUÇÃO DOS HUMANOS.HISTORIA DA LOUCURA,NASCIMENTO DA CLINICA,AS PALAVRAS E AS COISAS,ARQUEOLOGIA DO SABER,A ORDEM DO DISCURSO,EU PIERRE RIVIÉRE,A VERDADE E AS FORMAS JURÍDICAS,VIGIAR E PUNIR,HISTORIA DA SEXUALIDADE,EM DEFESA DA SOCIEDADE,OS ANORMAIS...EVOLUÇÃO OU MORTE!

Monday, April 14, 2008

O Soldado de Inverno marcha de novo 14/04/08 por Amy GOODMAN

Na semana passada, antes do quinto aniversário da invasão de Iraque, ocorreu um excepcional encontro em Washington D.C., chamado Soldado de Inverno: Iraque e Afeganistão, Relatos de Testemunhas das Ocupações (Winter Soldier: Iraq and Afghanistan, Eyewitness Accounts of the Occupations). Centenas de veteranos das duas guerras, junto com soldados em atividade, reuniram-se para narrar os horrores da guerra, incluindo as atrocidades que eles próprios cometeram.O nome, Winter Soldier, vem de um evento similar que aconteceu em 1971, quando centenas de veteranos do Vietnã se reuniram em Detroit, e tem sua origem na frase que inicia o panfleto de Thomas Paine, The Crisis (A Crise), publicado em 1776: “Estes são tempos que colocam à prova as almas dos homens: o soldado de verão e o patriota sem convicção, nesta crise, evitam servir seu país; mas aquele que se mantém firme agora merece o amor e o agradecimento de todos os homens e mulheres”.
Esse Winter Soldier foi organizado pelo grupo Veteranos do Iraque Contra a Guerra (IVAW, por suas siglas em inglês). Kelly Dougherty, veterano do Iraque pertencente à Guarda Nacional do Exército, no Colorado, e diretor executivo de IVAW, abriu o evento com estas palavras: “As vozes dos veteranos e membros em atividade, assim como as dos civis, devem ser ouvidas pelo povo americano, e pelas pessoas de todo o planeta, e também por outros membros do exército e outros veteranos, para que eles mesmos possam achar sua própria voz para contar sua história, porque cada uma de nossas histórias individuais tem uma importância crucial e deve ser escutada para que o povo compreenda a realidade e o verdadeiro custo humano da guerra e da ocupação”.O que veio a seguir foram quatro dias de emocionantes testemunhos, variando desde relatos inéditos de assassinatos de civis iraquianos, a desumanização de iraquianos e afegãos, que sustenta a violência das ocupações, até o pedágio que a violência cobra dos próprios soldados e a atenção inadequada que recebem ao regressar para casa.Jon Michael Turner, que combateu no 3° Batalhão da 8ª Companhia de Marines, arrancou as medalhas do peito. Disse o seguinte: “Em 18 de abril de 2006 tive minha primeira ‘morte confirmada’. O homem era inocente. Não sei seu nome. Eu o chamava de ‘o gordo’. Estava caminhando de volta para sua casa, e atirei contra ele diante de seu amigo e de seu pai. O primeiro disparo não o matou, mesmo depois que eu o acertei na área do pescoço. Então ele começou a gritar e olhou direto nos meus olhos. Mas olhei para meu amigo, com quem estava de guarda, e disse, ‘Bem, não posso permitir que isto ocorra’. Então disparei outra vez e acabei com ele. Então, ele foi levado por sua família. Foram necessárias sete pessoas para carregar seu corpo.”“Todos nós éramos cumprimentados depois que conseguíamos nossas primeiras mortes, e neste caso uma era minha. Meu comandante felicitou-me pessoalmente, como fazia com todos os demais de nossa companhia. Trata-se do mesmo homem que declarara que qualquer um que obtivesse sua primeira ‘morte confirmada’ por esfaqueamento teria uma licença de quatro dias ao regressar do Iraque”.Hart Viges estava na 82ª Divisão Aerotransportada, que fez parte da invasão de março de 2003. Descreveu o assalto a uma moradia onde detiveram os homens errados: “Nunca fizemos uma blitz em que encontrássemos a casa correta, e muito menos a pessoa certa. Nem uma única vez. Olhei para meu sargento e disse a ele algo parecido com ‘Sargento, estes não são os homens que estamos buscando’. E ele me respondeu: ‘Não te preocupa, de qualquer maneira, estou certo de que alguma coisa eles fizeram’. E a mãe chorava todo o tempo na minha frente, tentando beijar meus pés. E, já sabem, não sei falar árabe. Mas entendo a linguagem humana. Ela estava me dizendo ‘Por favor, por que levas meus filhos? Não fizeram nenhum mal’. E isso me fez sentir muito impotente. Vocês sabem, a 82ª Divisão Aerotransportada, Infantaria, com helicópteros Apache, veículos de combate Bradley e blindados e o meu M4 – sentia-me impotente. Sentia-me sem forças para ajudá-la”.O ex-sargento Camilo Mejía também falou durante o evento. Depois de servir no Iraque, negou-se a voltar lá. Foi submetido a um conselho de guerra e passou quase um ano na prisão. Mejía é agora o presidente de IVAW. Quando concluiu seu depoimento sobre sua experiência no Iraque, apresentou as exigências de seu grupo:“Temos mais de um milhão de iraquianos mortos. Temos mais de cinco milhões de iraquianos deslocados. Temos quase quatro mil americanos mortos. Temos quase 60.000 feridos. E isso sem levar em conta a desordem do stress pós-traumático e outras cicatrizes psicológicas e emocionais que nossa geração traz ao voltar para casa. A guerra está desumanizando toda uma nova geração deste país e está destruindo o povo do Iraque. Para que possamos recuperar nossa humanidade como exército e como país, exigimos a retirada imediata e incondicional do Iraque de todas as tropas, cuidados e compensações para todos os veteranos, e indenizações para que o povo iraquiano possa reconstruir seu país nos seus termos”.À medida que entramos no sexto ano da guerra no Iraque – mais tempo do que os Estados Unidos participaram na segunda Guerra Mundial – deveríamos honrar os veteranos do Iraque e do Afeganistão escutando o que têm a dizer.

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