*(LITERATURA CLANDESTINA REVOLUCIONÁRIA)*MICHEL FOUCAULT LIBERTE-ME.

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Tuesday, September 26, 2006

Base de Manta: um pesadelo para os equatorianos


Prostituição infantil, contaminação de recursos naturais, expulsão de camponeses. Esses são alguns dos efeitos do acordo militar dos EUA com o Equador
Igor OjedaEnviado Especial a Assunção (Paraguai)
Desde a assinatura de um convênio entre Estados Unidos e Equador, em 1999, para que o primeiro pudesse usufruir da base militar localizada na cidade de Manta na costa do país sul-americano, a população em seu entorno vive um pesadelo.
Aumentou a prostituição infantil, os recursos naturais foram contaminados e
moradores foram literalmente expulsos de sua terra. Além disso, a voz de militares estadunidenses fala mais alto inclusive que a de autoridades locais. Quem conta esta história é o equatoriano Juan Carlos Peñafiel, integrante da Visita de Observação Internacional que está no Paraguai com a missão de recolher informações sobre a presença de tropas estadunidenses no país e sobre as denúncias de violações de direitos humanos de camponeses por parte dos militares paraguaios.
Peñafiel é integrante da Coalização Não às Bases no Equador, da Província de Manabí, onde está localizada a base de Manta, e integrante da Associação Cristã de Jovens de PortoviejoBrasil de Fato - Como funciona a base de Manta desde a assinatura do convênio entre EUA e Equador, em 1999?Juan Carlos Peñafiel - A base estadunidense fica no interior da base equatoriana. Ela está dividida, metade para o Equador, metade para os EUA. Os militares equatorianos não podem passar para o outro lado. Além disso, os estadunidenses estão estendendo a base e tomam a terra da população ao redor que vive da agricultura, porque as pessoas não têm a terra de direito, já que nunca conseguiram a escritura. Há outros casos de violações de direitos humanos. Uma senhora grávida abortou de medo quando chegaram os militares armados para a tirarem de sua casa. Houve um caso também em que queimaram uma casa porque seu morador não queria sair.
BF - Quais são os termos do convênio? As tropas estadunidenses têm imunidade, como no Paraguai?Peñafiel - Não, não há. Mas eles podem andar livremente pelo Equador. BF - E o que as tropas fazem em Manta?Peñafiel - Exercícios militares. Vou contar uma experiência pessoal. Estávamos fazendo uma investigação. Fomos com um companheiro de Quito que preparava um documentário. Então, ele pediu para me entrevistar e fomos para uma parte atrás da base. Quando estávamos filmando, começamos a escutar atrás de mim algumas coisas que detonavam. Ou seja, realizam exercícios militares.BF - Quais as demais conseqüências da instalação da base estadunidense para a população de Manta?Peñafiel - Há investigações confidenciais que algumas instituições fizeram sobre o tema da prostituição infantil. Antes, havia alguns prostíbulos em volta da base. Mas eram prostíbulos pobres, de pouca infra-estrutura. A partir da chegada dos militares estadunidenses, estes começam a freqüentá-los, e comecam a jogar ali seu dinheiro. A partir daí, o índice de prostituição de meninas de 13 anos em diante foi se incrementando muito. Agora se vê que, de lugares em volta de Manta, como Jaramijó e Porto Viejo, meninas dessa idade(13, 14 anos) vão trabalhar nos prostíbulos, que já são "cinco estrelas". Por outro lado, há o tema das embarcações, que é muito preocupante. Guarda-costeiras estadunidenses disparam e afundaram dois barcos de pescadores que não tinham nada a ver com o narcotráfico, porque o convênio diz que eles estão em Manta para prevenir o narcotráfico. Quatro pessoas morreram.
BF - Há outras conseqüências para os moradores próximo da base?Peñafiel - Tem a questão da inflação do preço das terras. Antes da presença estadunidense, um terreno perto da base custava entre 3 mil e 4 mil dólares. Agora, devido ao fato de os militares dos EUA terem comprado muito terrenos, e por um preço muito alto, as cotações começaram a subir. Um terreno custa hoje 12 mil dólares. Um cidadão de Manta nao pode cobrir isso. E tem o lado ambiental. Havia um grande morro, numa localidade chamada Chorrillos. Os estadunidenses, para poderem construir sua base, necessitavam de material. E a pedra desse morro era muito boa para isso. Então, eles começaram a implodir o morro. Danificaram o sopé da montanha, afetando a população de Chorrillos, que subsistia da água da montanha, que era muito boa. Eles a pegavam, a envasavam e a vendiam. Mas desde que os estadunidenses comecaram a explorar, a água foi sendo muito contaminada. As pessoas perderam a venda de água como forma de sobrevivência. BF - E como é a relação com a polícia equatoriana?Peñafiel - Os militares estadunidendes têm autoridade sobre a polícia nacional do Equador. Nós levantamos um acampamento em março deste ano, chamado "Acampamento por uma cultura de paz", em frente à base. Fomos ao prefeito com 15 dias de antecipação, e ele nos outorgou a permissão. No dia marcado, armamos o acampamento durante a madrugada e, quando amanheceu, chegou um militar estadunidense perguntando quem éramos, o que fazíamos. Dissemos que estávamos fazendo um acampamento não-violento. Ele então se retirou. Meia hora depois, chega um ônibus com 40 policiais e com uma ordem para que saíssemos de lá, assinada no mesmo dia, pelo mesmo prefeito que havia autorizado anteriormente. Ou seja, logicamente o primeiro militar que apareceu deu a ordem ao prefeito para que este revogasse a permissão e nos tirasse de lá. BF - Por que acha que os estadunidenses escolheram a base de Manta?Peñafiel - É uma posicao estratégica. Eles têm aviões sofisticados, super-modernos, que podem ir rapidamente de um lugar a outro. E a Colômbia e o Peru estão bem perto dali. A Colombia é o centro da militarizacao, é outra colônia estadunidense.

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